Em declarações aos jornalistas, na feira agropecuária Ovibeja, em Beja, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que "já foi concedida a derrota" pela candidata da extrema-direita Marine Le Pen, após a divulgação das primeiras projeções.
Por isso, o chefe de Estado enviou "um abraço de felicitações muito caloroso e muito amigo a Emmanuel Macron" pela sua reeleição como Presidente de França.
"É uma vitória da União Europeia, é uma vitória do reforço da relação entre a União Europeia e os demais aliados do outro lado do Atlântico. É uma vitória de quem sempre soube compreender a comunidade portuguesa em França, é uma vitória de quem soube sempre compreender o que é a imigração e a integração dos imigrantes no seu país", considerou Marcelo Rebelo de Sousa.
"É, portanto, uma vitória contra a xenofobia, uma vitória contra as discriminações de toda a natureza. E, nesse sentido, é uma vitória que a nós portugueses, que temos tantos compatriotas nossos em França e que tão bem se sentem naquele país, e começamos a ter muitos franceses já em Portugal, corresponde a um resultado que nos enche de alegria e de esperança no futuro", acrescentou.
Segundo as primeiras projeções de resultados da segunda volta das eleições presidenciais em França, o Presidente em exercício, Emmanuel Macron, centrista liberal, foi reeleito com cerca de 58% dos votos, contra Marine Le Pen, da extrema-direita, que teve aproximadamente 42%.
Logo depois de prestar declarações em Beja, o Presidente da República fez divulgar uma mensagem escrita em que felicita "calorosamente e com amizade, Emmanuel Macron pela sua reeleição como Presidente da República francesa, desejando-lhe os maiores sucessos neste segundo mandato, com o reforço das já excelentes relações bilaterais, bem como no quadro da União Europeia e no contexto multilateral".
"Na atual situação de guerra às portas da União Europeia, é particularmente importante poder continuar a contar com uma França forte, defensora dos direitos humanos e do direito internacional, da democracia e do Estado de direito, de um reforço da solidariedade europeia e do caminho comum para a paz, o progresso social e o desenvolvimento sustentável", lê-se na mensagem publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Perante os jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que não havia ainda "resultados oficiais definitivos", mas saudou esta "vitória muito clara na segunda volta das eleições francesas".
"Uma vitória clara é muito importante para um conjunto de valores que são os que estão na nossa Constituição e que são os valores da generalidade dos portugueses. E, se assim for, aqui vai para um amigo de Portugal e dos portugueses em França, Emmanuel Macron, um abraço muito caloroso e amigo de felicitações", reforçou.
Questionado se a incerteza quanto ao resultado destas eleições em França não constitui um sinal de alerta, o Presidente da República respondeu: "Eu devo dizer que eu não tive essa dúvida".
"Conhecendo bem a realidade francesa, nunca duvidei que era uma opção de cultura, não era uma opção meramente política, era uma opção de cultura, de visão do mundo, das pessoas, das sociedades, e que nessa opção os franceses estavam do lado daquilo que são direitos fundamentais, valores fundamentais liberdade, da democracia, da solidariedade e da inclusão", disse.
Na primeira volta destas eleições, em 10 de abril, Macron foi o mais votado, com aproximadamente 28%, e Le Pen ficou em segundo lugar, com cerca de 23%.
Macron foi eleito Presidente de França em 07 de maio de 2017 com cerca de 66% dos votos na segunda volta das presidenciais francesas, que disputou também com Marine Le Pen, e tomou posse uma semana depois.
Nessa noite, Marcelo Rebelo de Sousa felicitou-o, considerando que a sua "histórica eleição" representava "uma vitória para a França e para a Europa, e igualmente uma vitória da democracia e do Estado de direito".
"Uma vitória dos mais elementares valores da liberdade, igualdade e fraternidade que fizeram da França uma referência no mundo", escreveu o chefe de Estado, numa mensagem enviada ao Presidente eleito de França.