“A resposta da ECM, de aumento salarial de 1,5%, está muito aquém da proposta que traduz as reivindicações dos trabalhadores”, lê-se no comunicado divulgado pelo sindicato representativo do setor.
Os trabalhadores da cervejeira madeirense estiveram reunidos em plenário na passada segunda-feira e consideraram que “a empresa não se pronunciou sobre as propostas de revisão das cláusulas de expressão pecuniária” e sobre as cláusulas relacionadas com o pagamento do trabalho extraordinário e por turnos”.
“Desde 2019, a ECM tem protelando a data para apresentação de respostas às propostas dos trabalhadores, apresentadas pela Federação dos Sindicatos”, é referido numa resolução difundida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabaco de Portugal (SINTAB).
O documento também indica que estes “trabalhadores não tiveram aumento salarial desde 2019 (inclusive)” e que a resposta da administração da ECM “não traduz o seu compromisso na reunião de conciliação” realizada em 21 de Novembro de 2021.
No documento é ainda apontado que, em março de 2022, a empresa aumentou o salário “a alguns trabalhadores, de valores diferentes para o mesmo trabalho e a mesma categoria profissional, aplicando discriminação salarial entre os trabalhadores”.
Complementa que, nestes casos, os valores, “apesar de gerar discriminação, também estão aquém das reivindicações dos trabalhadores”.
“Perante estas situações, os trabalhadores não aceitam a proposta da empresa, exigindo aumento salarial que vá ao encontro das justas reivindicações apresentadas pela Federação do Sindicato em Janeiro e 2019 e reformulada em julho de 2021”, transmitem.
Por isso, os trabalhadores reunidos em plenário decidiram “exigir da empresa outra resposta que tenha em conta os anos em que não tiveram aumento salarial e que valorize o trabalho” e “mandataram o sindicato para marcar greve nos dias 13 e 14 de abril de 2022”.
Os trabalhadores marcaram ainda novos plenários, um dos quais ficou agendado para 12 de abril “para preparar a greve” e outro “após a greve, para analisar a situação e traçar novas formas de luta, caso não sejam aceites as suas justas reivindicações”, é anunciado no texto.
A Empresa de Cervejas da Madeira, Lda (ECM) está em atividade há mais de 140 anos, é a maior empresa regional de produção e distribuição de bebidas na Região Autónoma da Madeira e faz parte do universo do Grupo Pestana, maior grupo hoteleiro português.
A ECM tem uma equipa de cerca de 250 colaboradores e uma carteira de 3.500 clientes.
Entre os seus produtos de marca estão a cerveja Coral, a Laranjada e a Brisa Maracujá.