Em comunicado, assinado pelo porta-voz do ministério da Defesa, Igor Konashenkov, a Rússia indica que entre 25 de fevereiro e 04 de março as forças ucranianas colocaram 370 minas tipo YaM-1 no mar Negro, e 50 no mar interior de Azov.
“Devido às tempestades e a condições técnicas insuficientes os cabos partiram e as minas soltaram-se e estão à deriva na parte ocidental do mar Negro, em direção a Sul”, refere o comunicado.
Moscovo garante que se trata de engenhos explosivos que são propriedade da Ucrânia, enquanto Kiev assegura que “as minas foram apreendidas pelas forças armadas russas em 2014, durante a invasão e ocupação da cidade ucraniana de Sebastopol”.
“Além de capturar e destruir embarcações marítimas civis e bombardear o território da Ucrânia a partir do mar, a Rússia concebeu uma nova forma de roubo no mar, usando como munições minas à deriva e sem controlo”, referiu o ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.
Na segunda-feira, uma mina naval no Mar Negro foi descoberta ao largo de Igneada, noroeste da Turquia, depois de ter sido desativado um outro artefacto explosivo no sábado ao largo do Bósforo.
O governo da Turquia está em alerta desde a semana passada sobre o risco de presença de minas submarinas navais que provêm da costa da Ucrânia e que podem ter perdido as amarras que as mantêm ancoradas no ponto onde são colocadas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa