“Vamos começar a fazer o levantamento dos prejuízos, fazer os registos e acautelar os rendimentos dos agricultores penalizados com base na produção do ano anterior”, disse António Ventura aos jornalistas em Florianópolis, à margem de um encontro com o governador do Estado de Santa Catarina, no Brasil, Carlos Moisés.
Ventura notou que a ilha de São Jorge enfrenta uma “manifestação natural que não é culpa de ninguém” e que, “tendencialmente, o que está a acontecer é que, por ausência de mão-de-obra nas fábricas, os agricultores não podem entregar o leite por não terem ninguém que o possa receber”.
Cerca de 2.500 pessoas já saíram do concelho das Velas, centro da crise sísmica de São Jorge, das quais 1.500 deslocaram-se por via aérea e marítima, e as restantes seguiram para o concelho vizinho da Calheta, considerado mais seguro pelos especialistas.
Relativamente aos agricultores, o secretário Regional da Agricultura assegurou a disponibilidade do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM em “acautelar o rendimento com base na produção do ano anterior”.
“Ninguém será prejudicado por via desta manifestação natural”, garantiu.
A Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Açores já tinha assegurado a disponibilização de locais seguros para a deslocação de animais na ilha de São Jorge, onde ocorre uma crise sismovulcânica desde 19 de março.
A ilha de São Jorge contabilizou mais de 14 mil sismos, 207 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sísmica em 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes.
O número de sismos registados nesta crise é mais do dobro do total contabilizado em toda a região autónoma dos Açores durante o ano 2021.
A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.
Lusa