“Estamos a cuidar deste problema em permanência com os melhores técnicos para, no caso de ser necessário, termos a resposta preparada para intervir. Esta resposta tem uma natureza ao nível de necessidade de evacuações e de cuidados de saúde e tudo isto está a ser preparado para, na nossa esperança, não ser necessário”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Desde sábado à tarde já foram registados mais de 1.800 sismos na ilha de São Jorge, 104 dos quais sentidos pela população. Só hoje, desde a meia-noite, foram sentidas 22 ocorrências.
Segundo Clélio Meneses, que tutela também a Proteção Civil, os utentes internados no Centro de Saúde das Velas, que está mais próximo dos epicentros dos sismos, serão deslocados para o Centro de Saúde da Calheta, na outra ponta da ilha de São Jorge, “no sentido de precaver qualquer situação que torne mais difícil a movimentação, a mobilidade e alguma evacuação”.
Também está a ser identificado, em colaboração com a Câmara Municipal das Velas, “o número de pessoas com mobilidade afetada, para terem uma proteção acrescida”.
“Estamos a ir ao pormenor de identificar todos os focos de dificuldade para poder intervir com rapidez e eficácia de forma a garantir a segurança das pessoas”, salientou o titular da pasta da Saúde.
Clélio Meneses disse ainda que o executivo açoriano entrou em contacto a Atlânticoline, empresa pública responsável pelo transporte marítimo de passageiros nos Açores, e com as Forças Armadas “para a necessidade de ser emergente” retirar pessoas.
Já foram enviados meios humanos do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) para a ilha de São Jorge e estão a ser “preparados bombeiros de outras ilhas para a necessidade de terem de se deslocar” para aquela ilha.
“Estamos a alocar os meios disponíveis e estamos, sobretudo, a preparar-nos de forma a dar uma resposta imediata, efetiva e eficaz”, reforçou o governante.
Seguiram hoje também para São Jorge “um reboque multivítimas, equipamento de busca e intervenção em estruturas colapsadas, detetores de soterrados, câmaras de buscas e equipamentos de estabilização”.
Ainda de acordo com Clélio Meneses, não há evidências de que haja atividade vulcânica na ilha de São Jorge, mas as entidades têm de estar preparadas para dar “uma resposta adequada”.
“Estamos preparados para acudir em tempo real, sabendo que estamos perante uma catástrofe, se acontecer. Se não acontecer, ainda bem e só prova que o Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores, os bombeiros da região e todo o Serviço Regional de Saúde estão preparados para acudir intempéries”, afirmou.
Lusa