O gabinete de Zelensky não relatou vítimas nos últimos ataques àquela cidade sitiada pelas forças russas.
As autoridades ucranianas estão a aumentar os esforços de resgate na cidade após um teatro onde centenas de pessoas estavam abrigadas ter sido destruído na quarta-feira num ataque aéreo russo.
“As pessoas estão a fugir de Mariupol por conta própria, a usar o seu próprio transporte”, declarou o gabinete de Zelenskyy, acrescentando que o “risco de morte permanece alto” porque as forças russas dispararam contra civis.
A Presidência ucraniana também relatou ataque aéreos e de artilharia em todo o país durante a noite de quarta-feira, inclusive nos subúrbios de Kiev, nomeadamente em Kalynivka e Brovary.
Os combates continuam enquanto as forças russas tentam entrar na cidade de Mykolaiv, controlada pela Ucrânia, no sul do país, e que houve um ataque com artilharia durante a noite de quarta-feira na cidade oriental de Avdiivka.
A Ucrânia diz que as forças russas estão a recorrer cada vez mais à artilharia e a ataques aéreos à medida que o seu avanço no território continua paralisado.
O Estado-Maior ucraniano referiu que “o inimigo, sem sucesso na sua operação terrestre, continua a realizar ataques com ‘rockets’ e bombas contra infraestrutura e áreas altamente populosas das cidades ucranianas”.
Por outro lado, as forças aerotransportadas russas estabeleceram postos de controlo nas estradas da região de Kiev, informou hoje o Ministério da Defesa russo num comunicado, citado pela agência de notícias Efe.
“As unidades das forças aerotransportadas que participam na operação militar especial iniciaram a operação em postos de controlo para garantir a segurança da passagem das colunas militares e a segurança do tráfego nas estradas de uso comum da população na região de Kiev”, disse o ministério russo.
Além disso, as forças russas estabeleceram postos de controlo fortificados nas saídas das áreas controladas e nas secções "mais perigosas" dessas estradas.
O ministério russo publicou na sua conta da rede social Telegram um vídeo dos supostos postos de controlo, nos quais são mostrados veículos blindados russos que estão em trincheiras camufladas nas bermas das estradas, soldados que fiscalizam veículos, fortificações com armamentos e soldados de guarda.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa