Nos últimos 20 dias, cerca de 1,4 milhões de crianças foram forçadas a fugir do país, o que representa uma média de cerca de 55 por minuto ou “praticamente uma criança por segundo”, avançou o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), James Elder, numa conferência de imprensa em Genebra.
No total, o número de pessoas que fugiu da Ucrânia atingiu os três milhões de pessoas, de acordo com a última contabilização.
“Esta crise, em termos de velocidade e escala, não tem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial”, sublinhou Elder.
O porta-voz referiu ainda o aviso feito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que alertou para o “risco significativo de separação, violência, exploração sexual e tráfico” que essas crianças correm.
Guterres anunciou na segunda-feira a disponibilização de mais 40 milhões de dólares (36,4 milhões de euros) para a assistência vital aos “mais vulneráveis” e afetados pela guerra na Ucrânia.
“Enquanto milhões de pessoas na Ucrânia enfrentam fome e escassez de água e remédios, anuncio hoje que as Nações Unidas alocarão mais 40 milhões de dólares do Fundo Central de Resposta de Emergência para aumentar a assistência vital para alcançar os mais vulneráveis", informou o secretário-geral da ONU, num comunicado lido à imprensa na sede da organização, em Nova Iorque.
Este financiamento, segundo adiantou, ajudará a obter “alimentos, água, medicamentos e outras ajudas vitais para o país, bem como a fornecer assistência em dinheiro”, acrescentou, ressaltando a “importância crucial de respeitar o Direito Internacional Humanitário".
“Pelo menos 1,9 milhões de pessoas estão deslocadas dentro do país e um número crescente está a escapar além das fronteiras. Estou profundamente grato pela solidariedade dos vizinhos da Ucrânia e de outros países anfitriões” pelos refugiados que acolheram nas últimas duas semanas, disse, reforçando que a “maioria dos que fazem a jornada traiçoeira são mulheres e crianças”.
A ofensiva militar russa na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro, já causou mais de 600 mortos e mais de 1.100 feridos entre os civis, incluindo mais de uma centena de crianças, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Lusa