Perante este cenário, e segundo os sintomas apresentados nos animais encontrados, o IFCN procedeu à recolha de alguns exemplares mortos recentemente, em vários locais da ilha, encaminhando-os para o laboratório, para que fossem realizadas pesquisas laboratoriais para o despiste desta doença nos coelhos bravos do Porto Santo.
Segundo os resultados laboratoriais, confirmou-se que os coelhos estão a perecer devido a um surto de Doença Hemorrágica Viral-variante tipo II (RHDV2). Uma enfermidade comum nestes animais, mas que não se transmite ao ser humano.
A doença altamente contagiosa, tem elevadas taxas de mortalidade e a sua transmissão ocorre mediante contato direto com os coelhos infetados e também por transmissão indireta, onde os insetos, aves e mamíferos podem atuar como vetores importantes.
Os surtos desta doença ocorrem geralmente com maior frequência durante o outono e inverno, sendo o sinal clínico mais evidente a morte súbita. Como medida preventiva, o IFCN irá proceder à recolha ativa dos animais mortos, enterrando-os e desinfetando esses locais com ‘cal viva’.
“Nesta primeira fase, sendo a densidade de coelhos mortos encontrados reduzida, esta recolha será realizada principalmente por funcionários do IFCN, equipados com vestuário de proteção específico para estas situações, em que os mesmos procedem à desinfeção de todo o material auxiliar utilizado, evitando assim a propagação deste vírus.
Perante este cenário, o IFCN solicita a todos os amantes da caça da ilha do Porto Santo que, ao encontrar algum cadáver de coelho bravo, contacte os serviços florestais presentes naquela ilha, de modo a estes possam proceder à sua recolha e ao seu enterramento, em segurança. Desta forma pretende-se precaver a disseminação do vírus para outros locais na ilha, bem como para as pequenas explorações domésticas existentes.
Recorde-se que recentemente o Governo Regional procedeu à construção de um centro de reprodução de coelho bravo, na ilha do Porto Santo, com o objetivo de repovoar as áreas com menor densidade de animais, bem como, para auxiliar a recuperação das colónias de coelho bravo, no caso do surgimento de doenças.
Pretende-se com a caça, proporcionar à ilha do Porto Santo um valor acrescido através do rendimento desta atividade, contribuir ativamente para a conservação da natureza ao favorecer a multiplicação dos fatores de biodiversidade e fomentar e conservar as espécies cinegéticas.
A caça na ilha do Porto Santo é uma atividade com grandes hábitos culturais, sociais e económicas, onde os recursos cinegéticos constituem um património natural suscetível de uma gestão otimizada e de um uso racional, conducentes a uma produção sustentada, no respeito pelos princípios da conservação da natureza e dos equilíbrios biológicos, em harmonia com as restantes formas de exploração da terra”, podemos ler na nota de imprensa enviada aos jornalistas.