A informação foi avançada à agência Lusa pelo gabinete da comissária europeia da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, que indica que, “em solidariedade com os parceiros ucranianos, a Comissão Europeia está determinada em aplicar medidas”.
Em concreto, “decidimos não nos envolver em mais projetos de cooperação com entidades russas”, anunciou Mariya Gabriel citada numa nota, explicando que optou por “suspender os preparativos do acordo de subvenção para quatro projetos no âmbito do programa Horizonte Europa que envolve cinco organizações de investigação russas”, bem como interromper “qualquer pagamento a entidades russas ao abrigo de contratos existentes”.
Além disso, “tomámos medidas administrativas para assegurar que os beneficiários ucranianos bem sucedidos possam receber financiamento dos programas de investigação da União Europeia”, aponta.
Relativamente à área da educação, Mariya Gabriel explica que o executivo comunitário vai disponibilizar “apoio aos estudantes ucranianos no estrangeiro adaptado às suas necessidades e a sua segurança será garantida”.
Acresce que agências nacionais responsáveis por coordenar o programa de intercâmbio Erasmus “foram instruídas a contactar participantes individuais, estando atualmente na Ucrânia ou planeando partir para estes países dentro das próximas semanas para explorar as opções disponíveis”.
Ao mesmo tempo, a comissária europeia da tutela solicitou “o maior nível de flexibilidade na implementação dos projetos Erasmus+ em relação aos estudantes e ao pessoal do ensino superior ucraniano”, o que permite aos beneficiários “cancelar, adiar ou deslocar atividades planeadas da forma mais flexível possível”, adianta a responsável.
Para Mariya Gabriel, a agressão militar russa contra a Ucrânia “é um ato de guerra e constitui uma violação do direito internacional, minando a segurança e a estabilidade europeia e mundial”, sendo ainda “um ataque aos valores elementares da liberdade, democracia e autodeterminação, nos quais se baseiam a expressão cultural, a liberdade académica e científica e a cooperação científica”.
“Nós, a União Europeia, estamos ao lado da Ucrânia e do seu povo”, conclui.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Lusa