"A guerra é total. O Presidente [russo, Vladimir] Putin decidiu (…) retirar a Ucrânia do mapa de Estados", disse Jean-Yves Le Drian à rádio France Inter.
"A segurança do Presidente [Volodymyr] Zelensky é um elemento central do que está a acontecer (…) Estamos em condições de o ajudar, se necessário", acrescentou.
Para Le Drian, Putin "semeia guerras" e a ofensiva russa em curso na Ucrânia poderá estender-se à Moldávia e à Geórgia.
"Estamos preocupados com o que se pode seguir", disse o ministro francês, em resposta a uma pergunta sobre os dois países, denunciando ainda "a deriva russa em matéria de ingerências".
Na quinta-feira, em resposta à ameaça russa de recorrer a armas nucleares em caso de entrave à ofensiva contra a Ucrânia, Le Drian tinha advertido que também a NATO era uma "aliança nuclear".
Putin "deve compreender que a Aliança Atlântica é uma aliança nuclear", disse o chefe da diplomacia francesa à cadeia TF1.
Na intervenção, em que anunciou o início da invasão russa da Ucrânia, o Presidente russo sublinhou que o seu país continuava a ser uma das "maiores potências nucleares no mundo".
"Ninguém deve duvidar que um ataque direto contra o nosso país levará à destruição e a consequências terríveis para qualquer potencial agressor", avisou Putin.
Le Drian acusou o líder russo de recuar na palavra dada ao lançar uma ofensiva militar: "é um cínico e um ditador".
A Rússia lançou, na quinta-feira de madrugada, uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, de acordo com Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e ‘desnazificar’" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados e relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da NATO, da UE e do Conselho de Segurança da ONU.
Lusa