O grupo está acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de tráfico de estupefacientes em coautoria material.
De acordo com a acusação do MP, lida pela presidente do coletivo de juízes, Fernanda Sequeira, os arguidos dedicavam-se à venda e distribuição de droga, "nomeadamente heroína, na Região Autónoma da Madeira, para terceiros consumidores de tal substância, atividade com a qual visavam ter lucros pecuniários decorrentes da diferença entre o preço de aquisição e o respetivo preço de venda".
Segundo o documento, o arguido Cristiano Silva (ex-PSP), residente na zona norte do país, efetuou três transportes de produto estupefaciente, entre outubro de 2019 e setembro de 2020, de Portugal continental para a Madeira.
O quarto transporte foi feito em 20 outubro de 2020 pelo arguido Daniel Silva, irmão de Cristiano Silva, refere a acusação, tendo sido detido na Madeira.
Foram apreendidas 2.527 gramas de heroína, que se destinava a ser distribuída na região pelos três arguidos residentes no arquipélago.
Foi também constituída arguida Vera Moreira, companheira do ex-polícia, que com ele colaborava no transporte de droga para a região, de acordo com a acusação.
O MP entende que o grupo agiu "em comum acordo, no quadro de um plano previamente delineado em comunhão de meios, esforços e desígnios".
Os três arguidos residentes na Madeira remeteram-se ao silêncio, enquanto os dois arguidos da região norte do país prestaram declarações. Já a outra arguida fez um requerimento para ser julgada por ausência.
O antigo agente da PSP admitiu hoje, na primeira sessão do julgamento, os três transportes efetuados do continente para a Madeira, precisando que "estava consciente de que era algo ilícito", mas "não sabia que produto era nem a quantidade".
"Só soube na altura da detenção do meu irmão. Aí sim, estava descrita a natureza do produto", afirmou.