Veículo que ficou a gerir os ativos tóxicos do Banif que não foram comprados pelo Santander já só deve 40 milhões, que conta reembolsar este ano.
Em 2015, por conta da resolução do Banif, a Oitante contraiu um empréstimo obrigacionista de 746 milhões de euros junto do Santander, que ficou com o banco. No final de 2021, quase 95% dessa dívida já tinha sido reembolsada, depois de novo pagamento de 79,5 milhões em dezembro. O veículo quer agora devolver os 40 milhões remanescentes este ano.
“Com este novo reembolso, a Oitante acumula, em seis anos, um total de amortizações de 707 milhões de euros, o que representa uma redução de 94,8% face ao valor inicial do empréstimo obrigacionista, com vencimento em dezembro de 2025”, indica o conselho de administração da entidade que ficou a gerir os ativos tóxicos do Banif que não foram comprados pelo Santander.
Oitante dá dividendo de 15 milhões ao Fundo de Resolução.
A Oitante, liderada por Miguel Artiaga Barbosa, fala no cumprimento de “mais um objetivo” e antecipa a conclusão do processo de amortização do que falta reembolsar, cerca de 5% do empréstimo inicial, “durante o ano de 2022”.
“Apesar dos impactos da pandemia da Covid-19 a estratégia desenvolvida permitiu manter, com o rigor e o profissionalismo de uma equipa dedicada, níveis de eficiência que garantem o cumprimento das metas definidas”, frisa em comunicado.
A Oitante registou lucros 12,6 milhões de euros em 2020 e pagou pela primeira vez um dividendo de 15 milhões ao Fundo de Resolução, depois de ter acumulado resultados positivos de 122 milhões ao longo de cinco anos. Ainda não são conhecidos os resultados do ano passado.
No final de 2020, detinha ainda uma carteira de crédito malparado de 248 milhões de euros, o que representa uma redução de 72% face aos 892 milhões que tinha quando foi criado em dezembro de 2015, quando o Banif foi vendido ao Santander por 150 milhões e a passou a gerir os ativos que o banco não quis adquirir. Contava ainda com 1.420 imóveis.