Num “briefing” com jornalistas, hoje realizado na sede nacional do PS, o diretor de campanha dos socialistas, Duarte Cordeiro, apresentou a volta nacional do secretário-geral, António Costa, para as eleições legislativas de 30 de janeiro.
A partir desse plano de volta nacional, Duarte Cordeiro procurou logo destacar diferenças em relação ao PSD, desde logo com as deslocações do secretário-geral António Costa, aos Açores, no domingo, e à Madeira, na terça-feira. As duas regiões autónomas estão para já fora do plano de deslocação do presidente do PSD, Rui Rio.
Em termos de mensagens políticas, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares assumiu que a linha prioritária da campanha estará focada na ação de António Costa enquanto primeiro-ministro, ponto a partir do qual o PS acentuará contrastes em relação líder do PSD em matérias como o salário mínimo nacional, os salários em geral, a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde ou a justiça.
Além do contraste ideológico entre um António Costa “defensor dos serviços públicos” e a alegada vontade “privatizadora” de Rui Rio, o PS vai ainda tentar evidenciar a ideia de que o país precisa de estabilidade governativa após quase dois anos de crise sanitária provocada pela covid-19, advertindo, em contrapartida, que a manutenção de um quadro de instabilidade política apenas adiará a recuperação económica e social.
Perante os jornalistas, Duarte Cordeiro referiu que a campanha do PS estará condicionada pela atual conjuntura de pandemia da covid-19, sobretudo no que se refere a comícios.
Os comícios em pavilhões ou em auditórios terão uma lotação limitada a 50% do espaço e não existirão jantares ou almoços de campanha, já que os momentos de refeição considerados propensos para a transmissão da doença.
Em eventos com maior mobilização de militantes e de simpatizantes, os socialistas admitem que poderão ser requeridos à entrada autotestes contra a covid-19 para quem ainda não tiver a dose de reforço da vacina.
O diretor da caravana será novamente o socialista Rui Pereira, que tem estado na primeira linha das organizações destes périplos nacionais desde as legislativas de 1995, mas, para este ato eleitoral, o PS optou por uma redução do número diário de iniciativas.
Se os planos até agora definidos não sofrerem alterações significativas, o PS terá em média três iniciativas diárias aos dias de semana e quatro aos sábados e domingos.
O ritmo de campanha vai intensificar-se na derradeira semana e os últimos dias serão dedicados aos círculos eleitorais com maior peso na eleição de deputados, com a realização de comícios em Aveiro, Braga, Setúbal, Lisboa e Porto.
Tal como em 2019, a campanha do PS encerra no Porto, mas nesse último dia, durante a tarde, estão previstas ações em Lisboa, embora ainda não haja qualquer decisão definitiva se será feita a tradicional descida do Chiado.