Na informação, hoje divulgada, na sequência de uma reunião, promovida pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, com representantes dos sindicatos do universo TAP, o SPAC sublinhou "que a retoma da procura no setor faz antever uma época alta em 2022 comparável a anos pré-pandemia".
"Nesse sentido, o SPAC vê com apreensão o cancelamento de inúmeros voos da TAP nas últimas semanas, com graves prejuízos para a empresa, para os seus clientes e para a economia e imagem do país", salientou o sindicato, destacando que "estes cancelamentos refletem o desajuste do quadro de tripulantes de cabine face à necessidade operacional".
"Teme o SPAC, a breve trecho, a transposição dessa realidade para o quadro de pilotos pela tendência de retoma verificada no mercado", lê-se na nota.
De acordo com o sindicato, "a principal preocupação do SPAC, no atual cenário de recuperação do mercado, é a potencial falta de pilotos para assegurar a operação do dia-a-dia no futuro próximo da TAP", acrescentando que, "além dos despedimentos e saídas voluntárias, torna-se imperativo rever os termos do acordo de emergência que permitiu encarar o pior período da história recente da aviação comercial, mas que também tornou a TAP pouco atrativa face ao panorama internacional".
O sindicato alertou para que "este cenário pode levar à saída massiva de pilotos, motivada pelas melhores condições laborais oferecidas por outras companhias".
A reunião ‘online’, na qual participou o presidente do SPAC, Tiago Faria Lopes, contou também com a presença da presidente executiva da transportadora, Christine Ourmières-Widener e foi realizada "no âmbito da recente aprovação do plano de reestruturação da TAP em Bruxelas", revelou a estrutura.
A TAP tem registado dezenas de cancelamentos de voos devido a falta de pessoal, em isolamento devido à covid-19, uma situação que se repete um pouco por todo o mundo no setor da aviação.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), por sua vez, criticou o apelo da TAP aos tripulantes para que ocupem funções menos graduadas e sugeriu a reposição do período normal de trabalho para colmatar as dificuldades de pessoal.
Numa mensagem interna, a que a Lusa teve hoje acesso, o SNPVAC disse que alertou a companhia para "que existem outras medidas para fazer face às dificuldades de operação, nomeadamente a reposição do período normal de trabalho para 100%, aumentando assim também o rendimento dos tripulantes".
"Atempadamente avisamos e não nos enganamos nas previsões: a situação pandémica agravou-se novamente e os isolamentos voltaram a colocar pressão na operação", lê-se na mesma nota.
A TAP pediu aos chefes de cabine que ocupem, de forma voluntária, funções menos graduadas, de comissários de bordo, para fazer face aos problemas gerados pela covid-19, que colocou muitos profissionais em isolamento, segundo um documento interno.