"Temos atualmente um vento forte na região que está a dissipar esta coluna [de gás] em direção ao mar, pelo que o risco é muito menor", disse Rubén Fernández, um dos responsáveis pelo Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca), citado pela agência de notícias France-Presse.
O fluxo de lava que emergiu da erupção vulcânica na ilha de La Palma, atingiu o mar na terça-feira à noite, numa zona de falésias na costa do município de Tazacorte, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
O encontro entre a lava, uma rocha derretida a mais de 1.000 graus Celsius, e a água do mar a uma temperatura de cerca de 20-25 graus Celsius era particularmente temido devido à produção de gases tóxicos e partículas nocivas que poderia causar.
"A inalação ou o contacto com gases e líquidos ácidos pode irritar a pele, os olhos e as vias respiratórias, e pode causar dificuldades respiratórias", advertiu o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan).
Por esta razão, o governo regional do arquipélago tinha decretado um perímetro de segurança com um raio de 3,5 quilómetros em terra e duas milhas náuticas no mar em redor do local onde se esperava que a lava chegasse.
A televisão nacional TVE mostrou hoje de manhã imagens da cascata de lava a entrar no mar, causando grandes colunas de vapor e gás.
"De momento, não temos qualquer indicação de que seja perigoso para as pessoas que estão confinadas, nem para as equipas de emergência, que também respeitam os perímetros de segurança", disse Rubén Fernández na rádio nacional RNE.
O Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO) anunciou hoje que a lava do vulcão começou a formar um delta na costa de Tazacorte, que "está gradualmente a ganhar terreno ao mar".
O vulcão Cumbre Vieja situa-se na ilha de La Palma, uma das que integram o arquipélago espanhol das Canárias, situado no oceano Atlântico, a oeste da costa de Marrocos.
A erupção do vulcão começou em 19 de setembro, e obrigou mais de 6.000 pessoas a abandonarem as suas casas.
Até ao momento, não se registaram feridos ou mortos.
A lava destruiu 656 edifícios e cobriu 268 hectares na ilha, de acordo com o sistema de medição geoespacial Copernicus da União Europeia.
A erupção afetou o cultivo da banana e o turismo, as principais fontes de receitas da ilha, onde vivem cerca de 85.000 pessoas.