“Além de uma notável carreira militar no Exército, tendo sido Chefe da Casa Militar do Presidente Mário Soares, era um homem de convicções fortes, a quem a democracia muito deve pelo seu papel de liderança e planeamento do 25 de Abril no Norte de Portugal”, lê-se numa nota publicada no ‘site’ da Presidência da República.
O Presidente reagia assim à morte do general Carlos Azeredo, que faleceu na quinta-feira aos 90 anos, vítima de doença prolongada.
Afirmando que recebeu a notícia da morte de Carlos Azeredo com “profundo pesar”, Marcelo Rebelo de Sousa refere que privou “mais profundamente” com o general “no final da década de 1990”, altura em que testemunhou “as suas qualidades humanas e profissionais, traduzidas numa amplitude cívica pela consolidação da democracia, das suas instituições e da capacitação do poder local”.
O Presidente da República lembra ainda o papel que Carlos Azeredo teve na “consolidação autonómica da Região Autónoma da Madeira”, devido ao seu “desempenho como governador civil do distrito autónomo da Madeira e presidente da sua Junta Governativa”.
“Foi por isso mais do que justa a homenagem prestada no passado mês de fevereiro, quando foi agraciado pelo Presidente da República com a Ordem da Liberdade. À família e amigos do General Carlos Azeredo envio as minhas condolências”, escreve Marcelo Rebelo de Sousa.
Nascido no seio de uma família nobre e monárquica em Marco de Canaveses, em 04 outubro de 1930, Carlos Azeredo ingressou na Escola do Exército em 1948 e no decorrer da sua carreira militar cumpriu cinco missões no Ultramar.
No dia 25 de abril de 1974, Carlos Azeredo liderou o Centro de Instrução de Condução Auto Nº 1, enquanto tenente-coronel, a força que tomou o Quartel-General da Região Militar do Porto.
Além dos cargos que desempenhou na Madeira, também foi Comandante da Região Militar do Norte e Chefe da Casa Militar do Presidente da República Mário Soares, tendo sido condecorado com a Medalha Militar de Ouro de Serviços Distintos com Palma e com a Medalha Militar de 1.ª Classe da Cruz de Guerra.
Em 2004, publicou um livro intitulado "Trabalhos e Dias de um Soldado do Império" no qual aborda aspetos relacionados com a invasão do Estado Português na Índia, a guerra colonial, o 25 de abril e o acidente de Camarate que vitimou Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.