Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) explica que 152 militares e 45 viaturas da 9.ª Força Nacional Destacada, maioritariamente composta por paraquedistas, estiveram entre 22 e 27 de julho na região de Bozoum, localizada no oeste da RCA, para garantir a seguranca necessária à execução da 2.ª/3.ª ronda das eleições legislativas no país, que decorreram dia 25.
Juntamente com outras forças da a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca), os militares portugueses desenvolveram patrulhas de segurança, por forma a garantir a proteção de civis, a liberdade de movimentos e criar condições para um ambiente estável e seguro, numa região onde a 1ª e a 2ª ronda das eleições já tinham sido boicotadas e havia ameaça de voltarem a sê-lo.
Numa missão subsequente, a Força Portuguesa esteve, entre 28 de julho a 10 de agosto, na região de Bocaranga, a 430 quilómetros a noroeste da capital, Bangui, uma área de grande atividade de grupos armados, relata ainda o comunicado.
Nesta região, os militares tiveram a missão de garantir a proteção de civis, assegurar a liberdade de movimentos e criar um ambiente seguro e estável nas regiões de Bocaranga, Ndim e Koui.
"Logo a 28 de julho, os militares portugueses iniciaram a execução de patrulhas de segurança e de voos de reconhecimento aéreo, por forma a contactar com a população e a demonstrar a presença robusta de forças da Minusca na região", escreve o EMGFA.
Em 10 de agosto, a Força Portuguesa iniciou o regresso a Bangui, numa viagem de três dias, tendo chegado à capital a 12 de agosto.
Com 180 militares atualmente no terreno, esta é a 9.ª força portuguesa destacada neste teatro de operações.
O contingente é composto maioritariamente do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista do Exército Português, integrando ainda militares de outras unidades do Exército e Controladores Aéreos Avançados da Força Aérea.
Considerado pela ONU como o segundo país menos desenvolvido do mundo, a RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
Além dos 180 militares portugueses que integram a Minusca, Portugal tem mais 58 militares portugueses na RCA, que participam na missão de treino promovida pela União Europeia até setembro deste ano.