A eurodeputada Liliana Rodrigues participou no dia 29 de Outubro, como oradora no Colóquio “Portugal no Contexto Europeu – Desigualdades e Oportunidades no Mercado de Trabalho”, uma organização da UGT-Setúbal em parceria com a Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal.
Como ponto de partida para a troca de ideias esteve o aumento da desigualdade de rendimentos entre países europeus e entre indivíduos do mesmo país, depois de consecutivos anos de crise, assim como a degradação das condições de trabalho, a precariedade laboral e o aumento do desemprego. A esta realidade, junta-se o pessimismo em relação ao futuro dos jovens que entram no mercado de trabalho e a quebra de expectativas daqueles que se mantêm no activo, realidades que têm conduzido a algum cepticismo face a uma Europa que tem como valores fundadores a paz, a liberdade e a solidariedade.
Nas suas intervenções, Liliana Rodrigues destacou o Programa da UE para o Emprego e a Inovação Social (EaSI), “um instrumento financeiro que tem por objetivo criar emprego de qualidade e sustentável, garantir uma proteção social adequada e condigna, combater a exclusão social e a pobreza e melhorar as condições de trabalho. Este programa é gerido diretamente pela Comissão Europeia e é constituido por três eixos: o PROGRESS – para a modernização da política de emprego e da política social; o EURES – referente à mobilidade profissional; e o Instrumento de Microfinanciamento Progress – para facilitar o acesso ao microfinanciamento e ao empreendedorismo social”.
O orçamento total do Programa para o Emprego e Inovação Social previsto para o período de 2014-2020 ascende a 919M€, facto que, no entender de Liliana Rodrigues, “mostra o quanto a UE está empenhada em contrariar este fenómeno do desemprego, principalmente o jovem, e melhorar as condições de trabalho”.
A deputada socialista mostra por isso mesmo algum optimismo face à evolução do emprego na União Europeia, alertando para a “importância da mobilidade, tanto na área da formação como das oportunidades de trabalho”, e afirmando que, “na situação específica de Portugal e do seu desemprego jovem, temos de pensar de um ponto de vista estratégico sobre o que pretendemos no âmbito da formação de ensino superior e no papel a desempenhar pela educação profissional e vocacional”. Acrescentou Liliana Rodrigues que “isso não se faz sem o reforço da formação de qualidade para os professores destas modalidades de ensino, facto que, a meu ver, tem sido encarado com alguma ligeireza”.