A publicação das recomendações surge após dois anos de análises em que participaram cientistas, doentes e líderes religiosos.
No documento, a OMS reconhece que a edição genómica, que implica alterar o ADN (material genético) das pessoas, "pode ajudar a ter diagnósticos mais rápidos e precisos, melhores tratamentos e prevenir doenças genéticas".
Contudo, a organização admite que "existem riscos", como por exemplo manipular características hereditárias do genoma, que podem ser alteradas em embriões humanos, "e isso pode ser transmitido às gerações futuras, modificando as características dos descendentes".
A OMS, que defende que lhe deve ser outorgado o papel de coordenação neste campo científico e que deve ser promovida uma cooperação internacional, considera que os testes clínicos de edição genómica têm de ser revistos e aprovados por comités de ética e que a manipulação do genoma humano para fins de saúde só pode ocorrer em países que disponham destas entidades de supervisão.
A agência da ONU, com sede em Genebra, na Suíça, tem desde dezembro de 2018 um comité consultivo para a edição do genoma humano.
As recomendações da OMS surgem depois de polémicos casos, como o do cientista chinês He Jiankui, que, em novembro desse ano, anunciou ao mundo a criação dos primeiros bebés humanos geneticamente modificados para que ficassem imunes à infeção do vírus VIH/sida.