O anúncio foi feito pelo Ministério do Interior e Justiça (MIJ) da Venezuela, através das redes sociais, acompanhado pelas fotos, o tipo de crime (assassínio) e a recompensa individual (500 mil dólares), por Carlos Luís Revete (Koki), Garbis Ochoa Ruíz (El Galvis) e Carlos Calderón Martínez (El Vampi).
Além disso o MIJ oferece ainda uma recompensa de 50 mil dólares (42,25 mil euros) por informações sobre Gionel Trejo (El Trejo) e 20 mil dólares (16,9 mil euros) por Juan Carlos Pérez Vargas e Alexander eloy Rondon López (El Goku).
O anúncio da recompensa tem lugar no dia em que, segundo a imprensa local, subiu de quatro para nove o número de mortos e de sete para 14 o número de feridos em confrontos entre grupos criminosos e efetivos dos organismos de segurança venezuelanos, no setor da Cota 905, na zona oeste de Caracas.
Os confrontos, segundo a imprensa local, começaram na tarde de quarta-feira e entre os mortos encontram-se três polícias.
Os confrontos ocorreram depois de Leonardo José Polanco Angulo, do grupo criminoso “Loco Leo” (que controla dois grandes bairros de Caracas, El Valle e Coche, a sudoeste de Caracas) ter ficado ferido durante um enfrentamento com a polícia.
Os elementos dos gangues decidiram tomar os acessos às localidades de El Paraíso, Santa Rosalia e El Cementério (a oeste), e dispararam desde a parte alta da Cota 905 contra a Autoestrada Norte-Sul, deixando dezenas de motoristas imobilizados, com as suas viaturas, dentro dos túneis de El Cementério.
Vídeos divulgados pela Internet dão conta do momento em que os criminosos pegam fogo a um autocarro, que usam para bloquear o avanço das forças de segurança.
Entretanto, quinta-feira, funcionários das Forças de Ações Especiais (FAES) conseguiram chegar a “La Gallera” na colina da Cota 905 e incendiaram um refúgio que era usado pelos criminosos.
A ministra Interior e Justiça venezuelana, Carmen Meléndez, acusou a direita venezuelana, através do Twitter, de “cumplicidade direta, financiamento e colaboração com a planificação, subministro de armas, apoio comunicacional, com o apoio internacional”.
Na mesma rede social, o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó responsabilizou ou Governo pela violência e questionou a pacificidade das Forças Armadas da Venezuela.
“Hoje novamente Caracas é como zona de guerra, contabiliza feridos, motos, com o medo das pessoas a sair de casa, devido à ação impune de grupos (…) que foram armados e justificados pela ditadura como ‘zonas de paz’ para o controlo social”, escreveu.
Numa outra mensagem Guaidó questiona se “as Forças Armadas vão continuar em desfiles e exibições, ou exercerão soberania e farão cumprir a Constituição”.
Desde finais de abril que as autoridades venezuelanas tentam desarticular os grupos criminosos “El Vampi”, “Garbis”, “Koki” e “Loco Leo”, que durante várias semanas tomaram o controlo de vários bairros, entre eles La Vega e o setor conhecido como Cota 905.
Em 17 de junho, as autoridades venezuelanas já tinham oferecido 100 mil dólares (833,5 mil euros) de recompensa pelos cabecilhas do grupo El Koki.
A recompensa foi anunciada pela Polícia Nacional Bolivariana (PNB) que divulgou, através das redes sociais, os nomes, fotos e número de identificação de 15 membros dos grupos “El Vampi”, “Garbis” e “Coqui”.
O anúncio teve lugar depois de nos últimos dias se registarem confrontos entre as forças de segurança e os grupos criminosos que dispararam desde a parte alta de La Vega contra a entrada do bairro, causando três mortos.
Em 12 de junho, as forças de segurança realizaram uma operação policial para libertar La Vega dos grupos criminosos, tendo inclusive chegado a alguns dos locais onde se refugiavam.