A percentagem de vacinação com as duas doses na Turquia é superior à média registada na União Europeia (UE), tendo administrado o medicamento a 8,44 milhões dos cerca de 83,6 milhões de turcos com as duas doses da vacina chinesa Sinovac, com a campanha iniciada em janeiro, e da Pfizer/BioNTech, que começou a ser inoculada no início deste mês.
A estes números somam-se outros cinco milhões de turcos que receberam a primeira dose e que aguardam pela segunda, que é administrada um mês depois.
Na UE, a média de população vacinada com as duas doses é de cerca de 8% e apenas Malta, Hungria e Dinamarca estão à frente da Turquia, segundo os dados do portal Our World in Data.
Apesar da rápida campanha de vacinação na Turquia, o relaxamento das medidas de precaução durante março foi seguido por um terceiro pico da pandemia em meados deste mês, com mais de 350 mortes por dia, os maiores números desde o início da pandemia e que permaneceram estáveis durante a última semana.
A oposição acredita que os números reais são ainda maiores que os oficiais, já que o registo de óbitos de Istambul, que abriga um quinto da população do país, mostra entre 100 e 150 mortes a mais que o normal nos últimos dez dias.
A indicação avançada hoje pelo Ministério da Saúde turco surge 24 horas depois de o Presidente da Turquia, Recep Erdogan, ter anunciado que o país vai entrar num confinamento de 17 dias a partir da próxima quinta-feira, em mais uma tentativa para travar a propagação do novo coronavírus.
Erdogan especificou que haverá um recolher obrigatório contínuo e que todos os locais de trabalho serão encerrados, embora com algumas exceções, como estabelecimentos de comércio essenciais e os serviços de limpeza, entre outros.
“As viagens entre as cidades só podem ser feitas com autorização e os autocarros vão operar com 50% de sua capacidade. Todas as aulas presenciais serão interrompidas e os exames adiados”, explicou Erdogan.
O Governo de Ancara acaba por aceder à reivindicação da Associação Médica Turca (TTB), que há muito tempo critica as atuais medidas, considerando que o recolher obrigatório e o encerramento dos hotéis são “insuficientes para conter a pandemia.
C/Lusa