Em entrevista à agência de notícias francesa AFP, Albert Bourla explicou que a nova versão visa facilitar o seu uso e armazenamento, que obriga atualmente a ficar num ambiente de -70º centígrados.
“Estamos a trabalhar numa fórmula, muito melhorada, com a qual a vacina será fornecida já diluída e pronta para uso”, afirmou, acrescentando que essa nova versão “poderá ser armazenada durante dois ou três meses num frigorífico, [à temperatura] de dois a oito graus, além de dois a três meses num congelador convencional”.
“Achamos que poderemos ter a nova versão neste verão”, adiantou.
A Pfizer também está a tentar modificar a fórmula atual para a tornar mais fácil de usar.
“Estamos a tentar ver se podemos estender o seu tempo de refrigeração, tirando a vacina de um supercongelador a -70 graus e colocando-a num frigorífico clássico, a -20 graus durante um mês”, referiu.
Numa altura em que duas das vacinas mais vendidas no mundo – a da AstraZeneca e a da Johnson&Johnson – têm sofrido limitações e até suspensões devido a alguns casos de coagulação sanguínea em pessoas a quem foram administradas, o presidente executivo da Pfizer mostra-se confiante na eficácia da sua fórmula.
“Estou otimista em relação à nossa capacidade de controlar” a variante da Covid-19 detetada na Índia, disse.
“Já temos dados sobre a ‘variante britânica’, que é por exemplo proeminente em Israel, e a eficácia da vacina é de 97%. Na África do Sul, contra a ‘variante local’, é 100% eficaz. E os dados do Brasil mostram que fornece um controlo muito bom relativamente à ‘variante brasileira’”, afirmou.
“Desenvolvemos um processo para que, assim que uma variante for motivo de preocupação, possamos ter uma vacina eficaz em 100 dias”, adiantou Albert Bourla.
O responsável da Pfizer referiu também estar a negociar com a União Europeia a venda de mais 1,8 mil milhões de doses da sua vacina.
“Iremos concluir, nos próximos dias, um novo contrato com a União Europeia” e, “se o conseguirmos, seremos capazes de produzir todas as doses aqui na Europa poderemos produzir muito mais do que o volume deste contrato”, garantiu.
“No total, devemos ser capazes de produzir 2,5 mil milhões de doses este ano e ultrapassar os 3 mil milhões no próximo. A Europa, com os seus especialistas ligados às novas tecnologias, é o ambiente ideal” para este avanço, concluiu.