"Pedi por escrito um esclarecimento nesse sentido à secretária de Estado das Comunidades e se haverá mais alguma razão além da existência da variante sul-africana para justificar os 14 dias de quarentena", afirmou Vasco Pinto de Abreu.
"Os números da pandemia são baixos na África do Sul, estando também o país no seu nível mais baixo de confinamento, o que para mim não justifica a exigência dessa quarentena", frisou o representante dos emigrantes portugueses na África do Sul, salientando que "os portugueses viajam com um teste PCR negativo à Covid-19 efetuado até 72 horas antes do voo até Lisboa".
O conselheiro português referiu que a medida "está a afetar muitos compatriotas" que têm programada a sua habitual ida a Portugal nos meses de maio a setembro, aproveitando as férias escolares sul-africanas, em junho e julho, "bem como o facto de ser inverno por cá e verão em Portugal".
Vasco Pinto de Abreu sublinhou também que a quarentena obrigatória "faz com que a grande maioria não viaje, pois apenas dispõem de três ou quatro semanas de férias e seria uma verdadeira loucura passar duas dessas semanas confinados".
Segundo informação disponibilizada no Portal das Comunidades, os passageiros provenientes – por meio aéreo ou terrestre – de um total de 13 países, incluindo a África do Sul, "devem cumprir, após a entrada em Portugal continental, um período de isolamento profilático de 14 dias, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde".
A medida é "igualmente aplicável aos passageiros de voos com origem inicial na África do Sul e no Brasil, que tenham feito escalaou transitado noutros aeroportos, e aos passageiros de voos, independentemente da origem, que apresentem passaporte com registo de saída da África do Sul e do Brasil nos 14 dias anteriores à sua chegada a Portugal".
Com mais de 10,3 milhões de testes à Covid-19 realizados, a África do Sul é o país mais afetado pela Covid-19 no continente africano, contabilizando quase 54 mil óbitos e mais de 1,5 milhões de infeções pelo novo coronavírus, segundo as autoridades da saúde sul-africanas.