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Grande parte delas com o juiz de instrução a arrasar a acusação da Operação Marquês.
Com os procuradores do Ministério Público ao lado, Ivo Rosa não deixou pedra sobre pedra.
Conhecido por ser muito rígido quanto à validade das provas, deixou críticas à forma como todo este processo decorreu.
Ivo Rosa validou todas as decisões tomadas na fase de inquérito pelo juiz Carlos Alexandre – a quem chamou sempre de juiz número 1. Mas enviou para a procuradoria geral da república os dados sobre a distribuição do processo – foi feito de forma manual a Carlos Alexandre, quando o sistema informático estava disponível.
A decisão de Ivo Rosa não destoa do currículo e da percepção que existe no meio judicial – considerado muitas vezes céptico do ministério público, e benevolente com os arguidos.
No caso do cidadão marroquino acusado de terrorismo, decidu que não havia provas para o levar a julgamento.
No caso do espião português suspeito de vender segredos à rússia, permitiu que aguardasse julgamernto em casa, podendo contactar com quem quisesse.
Nos dois casos, houve recurso do Ministério Público para o Tribunal da Relação – nos dois casos, a decisão de Ivo Rosa foi revertida.
Foi escolhido por sorterio em 2018 como o juiz de instrução da operação marquês. Desta decisão, feita de palavras duras, o Ministério Público também vai recorrer.