“O momento da retoma é efetivamente o momento mais crítico do ponto de vista da tesouraria. […] Temos de continuar com um sistema de apoios, que será apenas coerente e apenas minimamente justo se continuar, e permitirá que os anteriores apoios não caiam em saco roto”, disse Pedro Costa Ferreira, que foi ouvido pelos deputados da comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.
Na opinião do responsável, é necessário regras claras para a reabertura da atividade, bem como a harmonização das restrições às viagens, para que o setor do turismo consiga ser o “motor” da recuperação económica.
“Estamos a complicar muito as questões relacionadas com a retoma, mantemos uma produção legislativa muito grande, mantemos declarações de ministros infelizes, como foi agora a do ministro da Administração Interna”, apontou o presidente da APAVT, referindo-se à decisão de alargar até 15 de abril a suspensão de voos com origem no Brasil e no Reino Unido.
“A nossa palavra de ordem é: vacine-se e descomplique-se”, acrescentou.
Pedro Costa Ferreira sublinhou que o setor tem resistido, mas está sacrificado e vai ter “dificuldades em levantar-se”, uma vez que as empresas estão endividadas e algumas delas até tecnicamente falidas.
Porém, a APAVT acredita que, com as medidas adequadas, daqui a três anos essas mesmas empresas estarão recuperadas.
Assim, a associação defende que seja desenhado um esquema de recapitalização das empresas, antes do fim das moratórias, com a fixação de um montante específico para as pequenas empresas.
A APVT pretende, ainda, um modelo híbrido de saída das moratórias, com a extensão do prazo de pagamento do serviço dívida em simultâneo, e a manutenção do Apoiar Rendas durante o segundo semestre deste ano.
C/Lusa