“A pandemia tornou muito claro que é impossível discutir a saúde humana sem discutir a saúde animal e a saúde ambiental”, afirmou o governante que tutela as pastas do Ambiente e da Ação Climática.
Em Évora, onde assistiu ao lançamento do projeto “Além Risco”, que pretende plantar 50 mil árvores em ambiente urbano nos 14 municípios do Alentejo Central para combater as ondas de calor, o ministro elogiou esta iniciativa.
“O calor e as ondas de calor são, de facto, também provocadoras de doenças e até da morte, sobretudo nas pessoas mais idosas, e, por isso, combater essas ondas de calor com ‘ilhas de sombra’ nas cidades e nas vilas é absolutamente fundamental”, destacou.
À margem da cerimónia, onde o ministro também presidiu à comemoração do Dia Internacional das Florestas, João Pedro Matos Fernandes afirmou aos jornalistas que este projeto, promovido pelas empresas Science Retreats e Globalmoza – Partnerships for Humanity, “é muito mais do que plantar árvores”.
“É sermos capazes de plantar essas arvores ensaiando um conjunto de técnicas, algumas delas” recuperadas “do passado para que se possa irrigar essas mesmas árvores consumindo a menor quantidade de água possível”.
Os territórios em risco de desertificação, defendeu Matos Fernandes, realçando que, em Portugal, “a zona raiana quase toda, mas sobretudo o território a sul do Tejo” corre esse risco, “não se combate regando”.
Esta ameaça ”combate-se melhorando os solos”, nos quais é preciso introduzir matéria orgânica. E “a melhor maneira” de o fazer “é plantar árvores adaptadas a este território, com grande densidade, com copas com dimensão significativa, que gerem a sombra” e ajudem a fixar matéria orgânica, como o que pretende o “Além Risco”, disse.
Daí, tratar-se de “um projeto muito interessante”, argumentou o ministro, que rumou, depois, à vila de Alandroal, para participar na plantação das primeiras árvores desta iniciativa.
O projeto, cuja execução envolve também a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) – o contrato foi assinado hoje -, tem um horizonte de implementação de dois anos e é apoiado ou conta com a colaboração de diversas entidades.
C/Lusa