O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse hoje, no Funchal, que não é compreensível a dificuldade que existe em estabelecer o Contrato Coletivo de Trabalho para o setor do turismo na Madeira, tendo em conta o seu crescimento "excecional".
"O turismo, que está num ano excecional de crescimento, como é que é possível que as associações do setor tenham dificuldade em criar um contrato para o setor da hotelaria que efetivamente proteja os direitos dos trabalhadores?", alertou o sindicalista, após um encontro com o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.
Carlos Silva considera que o ‘boom’ do turismo é um "grande sinal" para a economia regional, mas sublinhou que também é necessário ter em conta a "necessidade premente" de os trabalhadores do setor terem mais rendimento disponível no final do mês.
"Como é que continuam a pagar salários tão baixos?", questionou o líder da UGT, numa altura em que o Sindicato da Hotelaria da Madeira e a Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) se encontram num impasse negocial sobre o Contrato Coletivo de Trabalho.
Na reunião com o presidente do executivo madeirense, que decorreu na Quinta Vigia (sede da Presidência), Carlos Silva alertou, ainda, para a necessidade de "dotar de eficácia" o Conselho Económico e da Concertação Social da Madeira, tendo em consideração que foi criado em janeiro deste ano e ainda não se reuniu.
"Temos de responder às necessidades dos trabalhadores da Região Autónoma da Madeira e é preciso valorizar o movimento sindical, pelo diálogo, pela concertação, pela negociação coletiva", realçou.