O estudo, divulgado na publicação da especialidade Frontiers in Microbiology, teve o contributo de investigadores da agência espacial norte-americana (NASA) e do Centro Aeroespacial Alemão, incluindo a astrobióloga Marta Filipa Cortesão.
Os cientistas testaram a resistência de amostras de três tipos de bactérias e um fungo a condições ambientais extremas lançando-os num balão científico até à estratosfera da Terra, zona da atmosfera cuja temperatura e radiação ultravioleta são semelhantes às encontradas na superfície de Marte, no equador.
"Alguns micróbios, em particular os esporos do fungo bolor, conseguiram sobreviver à viagem, mesmo quando expostos a uma radiação ultravioleta muito elevada", refere, citada em comunicado pela editora da publicação científica, Marta Filipa Cortesão, uma das primeiras autoras do estudo e investigadora no Centro Aeroespacial Alemão.
Marta Filipa Cortesão, que integra como doutoranda o grupo de investigação de Microbiologia Aeroespacial no Instituto de Medicina Aeroespacial, que pertence ao Centro Aeroespacial Alemão, destacou à Lusa que os esporos do fungo filamentoso ‘Aspergillus niger’, mais conhecido como bolor, "poderão sobreviver temporariamente em Marte, pelo menos durante cinco horas, mas talvez mais tempo se estiverem protegidos da radiação".
Para os autores do trabalho, a resistência de micróbios terrestres às condições inóspitas de Marte pode ser uma ameaça, mas também um potencial recurso útil para futuras missões espaciais humanas no planeta.
C/Lusa