O Funchal é uma das 11 cidades europeias parceiras do projeto Food Trails, financiado pela União Europeia, que visa criar uma rede de cidades que contribuem para a transformação do sistema alimentar e para a construção de uma estratégia alimentar local.
Para a vereadora da Câmara do Funchal “devido às alterações climáticas e também com o surgimento da pandemia de Covid-19, as cidades estão a prestar cada vez mais atenção às suas políticas alimentares e ao processo de produção agrícola”, acrescentando que através deste projeto, a autarquia pretende criar um Laboratório Vivo – Urban Living Lab, onde seja possível envolver os mercados municipais, as escolas e os parceiros locais das mais diversas áreas, nomeadamente ao nível da produção, transformação e consumo alimentar sustentável, e da literacia alimentar e ecológica.
O facto de muitas cidades europeias e internacionais terem políticas alimentares consolidadas ajudou a que pudessem responder mais rapidamente à crise pandémica, com sistemas de ajuda alimentar para pessoas vulneráveis. Neste sentido, recordou a iniciativa ‘Funchal, Cabaz Vital’, que, desde o início da crise atual, já apoiou mais de 13 mil funchalenses oriundos de famílias carenciadas com a entrega de cabazes com bens essenciais, que incluem a distribuição de folhetos com dicas sobre conservação de alimentos, alimentação saudável e redução de perdas e desperdício de alimentos.
Durante o projeto, a Câmara Municipal do Funchal vai trabalhar também em colaboração com a Universidade da Madeira, através do ISOPlexis – Centro de Sustentabilidade da Agricultura e Tecnologia Alimentar, no desenvolvimento de uma dieta alimentar atlântica e de iniciativas de produção alimentar mais sustentáveis. O ISOplexis-Germobanco tem por objetivo promover o levantamento e conservação da agrodiversidade na Região Autónoma da Madeira.
As onze cidades parceiras desta iniciativa são o Funchal, Bérgamo, Birmingham, Bordéus, Copenhaga, Grenoble, Groningen, Milão, Tessalónica, Tirana e Varsóvia. A estas juntam-se diversas Universidades e stakeholders europeus, nomeadamente: Fondazione Milano Politecnico, Eurocities, Slow Food International, EAT Fondation, Cardiff Univeristy, Wageningen Research, Roskilde Universitet e Cariplo Factory.
O Food Trails teve início no passado dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, e terá a duração de quatro anos, com um orçamento global de 12 milhões de euros, com o objetivo de envolver e capacitar as comunidades, promover o uso de recursos de forma sustentável, dietas nutricionalmente saudáveis e melhorar a consciência dos riscos e da sustentabilidade ambiental.