O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) manifestou hoje o seu profundo pesar pelo falecimento do ensaísta Eduardo Lourenço, salientando que foi um “admirador” da Região e do desenvolvimento deste arquipélago.
“Eduardo Lourenço foi um confesso grande admirador da Madeira, que por diversas vezes visitou, e do desenvolvimento operado pela autonomia”, escreve o centrista José Manuel Rodrigues na mensagem de pesar do Parlamento insular pela morte do ensaísta.
O responsável do Parlamento regional salienta que Eduardo Lourenço foi um homem “atento aos grandes debates do nosso tempo, fez da Cultura trampolim para as mais altas reflexões filosóficas, religiosas e ideológicas”.
No mesmo documento, recorda que “Herberto Helder e José Agostinho Baptista foram dois dos escritores madeirenses reconhecidos pelo pensador, que também se distinguiu como crítico literário e escritor”.
O ensaísta chegou a marcar presença no Festival Literário da Madeira, “projetando-o ainda mais no panorama cultural português”, e no Congresso Internacional Jardins do Mundo, realizado em 2007 no Funchal.
“De Eduardo Lourenço pode dizer-se que fez do pensamento a sua segunda pátria, tenho sido um dos mais importantes ensaístas e intelectuais de Portugal”, declara José Manuel Rodrigues.
O Presidente da ALM menciona que “foi ainda professor, filósofo e um interventor cívico reconhecido e distinguido por quatro vezes com ordens nacionais”, enunciando, entre as distinções recebidas o Prémio Camões (1996) e o Prémio Pessoa (2011).
“Aos seus familiares o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira dirige as mais sentidas condolências”, conclui.
Eduardo Lourenço Faria nasceu em 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, no distrito da Guarda e morreu hoje em Lisboa aos 97 anos.
Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra em 1946, Eduardo Lourenço inicia aí o seu percurso como assistente e autor, com a publicação de "Heterodoxia" (1949).
Seguir-se-iam as funções de Leitor de Cultura Portuguesa, nas universidades de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, em Montpellier, na França, e no Brasil, até se fixar na cidade francesa de Vence, em 1965, com atividade pedagógica nas principais universidades francesas.
Autor de mais de 40 títulos, possuiu desde sempre "um olhar inquietante sobre a realidade", como destacaram os seus pares.
"Labirinto da Saudade", "Pessoa, Rei da Nossa Baviera", "Tempo e Poesia" e "Os Militares e o Poder" estão entre algumas das suas principais obras.