“A ACIF congratula-se pelo facto de o Reino Unido ter decidido, após uma semana, não fazer qualquer alteração à sua política, àquilo que estabeleceu como corredores livres, porque, se o tivesse feito, o risco era enorme”, disse Jorge Veiga França à agência Lusa.
Na quinta-feira, o Governo britânico manteve Portugal na lista de países seguros, pelo que os passageiros provenientes do país continuam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido.
Por seu turno, o Governo escocês anunciou que quem chegar de Portugal vai ter de ficar em isolamento durante duas semanas a partir das 04:00 de sábado, juntando-se ao País de Gales, que já tinha determinado a mesma medida a partir das 04:00 de hoje.
No entanto, apesar de retirar Portugal da lista de países isentos de quarentena, o País de Gales manteve a Madeira e Açores na lista, segundo foi anunciado pelo Ministério da Saúde do governo autónomo, que pela primeira vez aplicou regras diferentes das do Governo britânico.
Veiga Franca considera que a saída de Portugal e da Madeira dos corredores seguros “é um risco, uma espada de Dâmocles [mito da espada afiada] sempre em cima da cabeça”, porque o Governo do Reino Unido pode sempre alterar a sua decisão.
Para este responsável associativo, o País de Gales “fez justiça” e “excecionou, deixou os corredores aéreos daquelas regiões que, sendo insulares, podem ter perfeitamente voos diretos para elas ou delas, sem passar pelo continente português”.
O presidente da ACIF “lamentou” ainda a decisão da Escócia, considerando ser uma evidência “que a unidade de posição dos países que compõem o Reino Unido deixou de existir”.
Neste caso, defendeu que a Madeira deve trabalhar para “com a sua autonomia conquistar novamente a Escócia, para mudar essa perspetiva e provar claramente que não tem razão”, atuando e sensibilizando o governo daquele país para a realidade da Madeira, onde não foi registado até ao momento qualquer óbito.
“Portanto, eu acho que são realidades que nos provam que podíamos não ficar amarrados a uma condenação nacional quando é possível distinguir as coisas”, enfatizou.
Jorge Veiga França salientou que o Reino Unido é o principal mercado emissor do turismo para a Madeira e Portugal, sendo necessário “continuar a resistir da melhor maneira”, porque a atual taxa de ocupação “não é suficiente”.
“Congratulamo-nos seguramente com as decisões anunciadas na quinta-feira, mas estamos ainda muito aquém daquilo que possa vir a ser o resultado dos benefícios desta medida”, vincou.
Para o responsável da ACIF, “foi ultrapassada mais uma etapa”, mas é necessário que Portugal “consiga ir reduzindo a sua taxa marginal do crescimento do covid diária”.
Questionado sobre a influência das reservas na hotelaria madeirense devido à manutenção de Portugal no corredor segurou, opinou ser “muito cedo” avançar dados, os quais só devem surgir “a mais largo prazo”.
O Presidente da ACIF mencionou estar a aguardar o resultado de um inquérito efetuado junto dos associados, indicando que, com a exceção de alguns grupos hoteleiros com ligações antigas com operadores, que “devem ter ocupações na ordem dos 60%”, na maioria dos casos, as unidades “não devem passar os 25%” em agosto.