“Na semana que findou, Portugal fez, em média, mais de 13.300 testes por dia, não há qualquer orientação para testar menos”, garantiu António Lacerda Sales, durante a habitual conferência de imprensa sobre a Covid-19 em Portugal.
O secretário de Estado referia-se a uma norma publicada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre o rastreio de contactos por Covid-19, que prevê que deixe de ser obrigatório realizar testes aos contactos de alto risco com infetados.
No sábado, o Expresso noticiou que "os contactos de alto risco deixam de ser testados" com esta norma, uma situação que a DGS negou no mesmo dia em comunicado, assegurando que "não é verdade" que "Portugal vá reduzir o número de testes" e que a norma "exclua ou restrinja o universo de pessoas sujeitas à realização de testes".
António Lacerda Sales referiu o tema durante a sua intervenção inicial, afirmando que a nova norma mais não faz que formalizar e normatizar aquilo que já eram os procedimentos habituais.
“A realização de testes a contactos de casos confirmados de Covid-19 sempre dependeu e continua a depender da estratificação do risco efetuada pelas autoridades de saúde”, disse.
E considerou ainda que, apesar de ser uma ferramenta determinante, a eficácia a testagem é limitada se não houver, paralelamente, um trabalho de identificação de cadeias de transmissão, através de inquéritos epidemiológicos que permitam identificar e isolar os contactos.
Neste sentido, o secretário de Estado afastou a política de testes como eventual explicação para a diminuição no número de novos casos de Covid-19 registados diariamente, acrescentando, por outro lado, que a evolução aparentemente positiva deve ser interpretada com cautela.
“Temos analisado os números sempre com a maior cautela, sem euforias desmedidas quando a situação aparenta estar mais controlada, nem negativismos exacerbados quando as coisas não correm como gostaríamos”, sublinhou.
Olhando para os dados mais recentes, que hoje apontam para a inexistência de óbitos registados no último dia, pela primeira vez desde 16 de março, António Lacerda Sales considerou que a resposta de Portugal à pandemia tem sido positiva.
“Sabemos que continuamos a tomar as melhores decisões com base na melhor evidência científica disponível em cada momento e gerindo os recursos de que dispomos de forma proporcional, dinâmica e procurando sempre a melhor eficiência”, afirmou.
O governante aproveitou a conferência de imprensa também para apelar novamente ao comportamento responsável dos portugueses, em particular, daqueles que estão neste momento de férias, sublinhando que “o sucesso coletivo continua a depender das ações individuais de cada um”.