A decisão aumenta a pressão dos EUA sobre Pequim na questão de Xinjiang, onde o Partido Comunista Chinês é acusado de exercer uma campanha de detenções em massa, trabalho forçado e outros abusos contra uigures e cazaques.
O Departamento de Comércio disse que as 11 empresas passaram a fazer parte da sua Lista de Entidades, o que limitará o seu acesso a produtos e tecnologia norte-americanos.
"Esta ação garante que os nossos bens e tecnologias não serão usados na ofensiva desprezível do Partido Comunista Chinês contra as indefesas populações minoritárias muçulmanas", afirmou o secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, em comunicado.
A China deteve cerca de 1 milhão ou mais de membros de minorias étnicas muçulmanas em campos de doutrinação política.
Pequim descreve as instalações como campos de treino vocacional destinadas a combater o extremismo islâmico e tendências separatistas.
As autoridades chinesas asseguram que as instalações já foram encerradas, uma reivindicação que é impossível de confirmar, visto que as visitas a Xinjiang são altamente restringidas.
Antigos detidos e familiares contam que foram forçados, muitas vezes com a ameaça de violência, a denunciarem a sua religião, cultura e idioma e a jurarem lealdade ao líder do Partido Comunista e ao Presidente chinês, Xi Jinping.
Entre as empresas abrangidas constam fabricantes de roupa e fornecedores de tecnologia.
Uma empresa, a Nanchang O-Film Tech, fornece telas e lentes para a norte-americana Apple e a sul-coreana Samsung e outras firmas de tecnologia.
No ano passado, jornalistas da Associated Press descobriram que funcionários de Xinjiang na sua fábrica na cidade chinesa de Nanchang, no sul da China, não tinham permissão para saírem das instalações sem serem acompanhados, e que eram sujeitos a sessões de doutrinação política.
As autoridades alfandegárias dos EUA apreenderam ainda bens de uma segunda empresa, a Hetian Haolin Hair Accessories, por suspeita de que fossem fabricados em regime de trabalho forçado.
O Departamento de Comércio norte-americano impôs restrições semelhantes, em outubro e em junho passado, sob um total de 37 empresas que estavam "envolvidas ou viabilizavam" abusos em Xinjiang.
O departamento emitiu um alerta em 01 de julho de que as empresas que lidam com mercadorias feitas por trabalho forçado ou que fornecem tecnologia que pode ser usada em campos de trabalho ou para vigilância podem enfrentar "riscos económicos e legais".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China criticou o aviso e disse que Pequim vai tomar as "medidas necessárias" para proteger as empresas chinesas.