Sem dados divulgados durante o fim de semana (mais de 331 mil casos na passada sexta-feira), as autoridades francesas debatem-se agora sobretudo com o crescente número de novos focos de Covid-19, registando também um aumento nas entradas nos serviços de urgência e na hospitalização de pacientes.
Desde o início do desconfinamento, em meados de maio, a França registou 539 focos de contágio, tendo desativado, entretanto, 332.
O total de infetados que permanecem em hospitais é de 6.589, com 467 apresentados como estando em estado grave.
As autoridades sanitárias francesas consideram que este aumento “moderado” se deve a uma proporção “muito insuficiente” de pacientes com sintomas que procuram fazer o diagnóstico virológico e que, depois, se isolam.
Entre as zonas que suscitam maiores preocupações está a do departamento de Mayenne, no noroeste, cuja percentagem de casos positivos é “elevada”, o mesmo sucedendo no de Vosgos (nordeste) e na região da Bretanha (oeste).
A situação levou o Governo a reforçar as medidas de proteção, estando as pessoas obrigadas ao uso de máscara em qualquer local público fechado, nomeadamente em lojas e outros comércios, entre outros.
Hoje de manhã, o Ministro da Saúde admitiu a existência de 400 a 500 surtos de contágio, mas rejeitou a ideia de se tratar de uma "segunda vaga" da pandemia em França.
"Constatamos que há sinais inquietantes de regresso epidémico em território nacional, mas nesta altura estamos muito longe de uma segunda vaga”, admitiu Olivier Véran.
A nível nacional, a taxa de contágio efetiva (o fator ‘R’), que mede o número médio de pessoas contagiadas por alguém portador do novo coronavírus, "estabilizou" em 1,2.
Em algumas regiões, com situações particularmente preocupantes e com surtos, como a Bretanha, a taxa de 2,6 mantém-se igual.
No "pico" da pandemia, em França, a taxa ultrapassou um valor superior a 3, tendo o R caído para 0,5 após as medidas de confinamento.