"Junho de 2020 foi o mês de junho mais quente desde que se começaram a registar os dados, com um aumento de 0,53º centígrados acima da média verificada no período 1981-2010", indicou o organismo que já tinha notado uma subida das temperaturas no mês de maio.
Além dos valores globais é o "calor excecional" na Sibéria ártica que retém a atenção do serviço europeu.
Na região russa, a temperatura média alcançou uma subida de 10º C, mais do que os valores sazonais que se costumam verificar no mês de junho.
Segundo a Copernicus, o dia 20 junho – com 37º C – na Sibéria oriental atingiu um recorde para a zona interior do círculo ártico.
No mesmo dia, na cidade russa de Verkhoiansk foi notado um pico de 38ºC, que os analistas apontam como um possível recorde para a região, um fenómeno que está a ser estudado pela Organização Meteorológica Mundial.
O serviço europeu Copernicus sublinha hoje em comunicado que as temperaturas "excecionais" na região estão ligadas a diversos fatores que estão a "interagir" entre si, entre os quais a força do vento e uma cobertura de neve particularmente baixa.
Além do fenómeno verificado em junho, a agência europeia refere também um período de vários meses consecutivos em que se registaram temperaturas particularmente altas em certas regiões da Sibéria, desde o passado mês de dezembro.
"O que é inquietante é que o Ártico aquece de uma maneira mais rápida do que o resto do mundo", disse Carlos Buontempo, diretor do serviço europeu.
"Não é normal que a Sibéria ocidental registe temperaturas mais altas do que o normal sendo que as temperaturas extraordinariamente altas no Ártico siberiano são preocupantes", acrescentou o responsável.
A Copernicus constatou igualmente um aumento do número de incêndios no noroeste da Sibéria e em menor grau no Alasca e nos territórios canadianos.
"O que é notável sobre estes incêndios na Sibéria é a similaridade com os anos anteriores, no mesmo período", notou o especialista Mark Parrington, do organismo europeu.
De acordo com a Copernicus, os fogos já provocaram a emissão de 59 megatoneladas de CO2 na atmosfera, contra as 53 megatoneladas em junho de 2019.
O ano passado já foi considerado "invulgar", sublinhou Mark Parrington que acredita que se venha a verificar "uma atividade intensa" nas próximas semanas devido ao aumento das temperaturas e aos solos que estão menos húmidos.
Devido ao aquecimento global o planeta registou um aumento de 01º C em relação à era pré-industrial (século XIX) provocando uma série de fenómenos ambientais e meteorológicos extremos.
O segundo ano mais quente foi 2019, depois de 2016, prevendo-se que a temperatura média no mundo venha a atingir valores recorde durante os próximos cinco anos.