No contexto da pandemia da Covid-19, os países da região suspenderam os voos comerciais para conter a propagação do novo coronavírus. Algumas companhias aéreas retomaram parcialmente as operações, mas com restrições, tais como a necessidade de os viajantes serem rastreados ou colocados em quarentena à chegada.
Mas, "as medidas de quarentena impostas pelos governos de 36 países de África e do Médio Oriente representam, só por si, 40% de todas as medidas de quarentena tomadas em todo o mundo", disse o vice-presidente de IATA para África e Médio Oriente, Mohammed al-Bakri, numa conferência de imprensa virtual.
O responsável exortou os governos a considerarem alternativas à quarentena.
De acordo com a última estimativa da IATA, divulgada hoje, as companhias aéreas do Médio Oriente deverão perder cerca de 56% das suas receitas e 55% dos passageiros este ano, em comparação com 2019.
"As perdas continuam a acumular-se, as companhias aéreas continuam a sangrar (…) Esta é uma situação anormal, não pode ser tolerada", advertiu Mohammed al-Bakri.
Por isso, o responsável instou os governos da região a prestarem assistência financeira urgente às empresas, considerando que muitas delas estão em risco de colapso.
Em junho, a Emirates, empresa sediada no Dubai e a maior do Médio Oriente, advertiu que poderia levar quatro anos a voltar ao normal.
A Qatar Airways, por seu lado, anunciou cortes de empregos ou reduções salariais para os pilotos estrangeiros.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 516 mil mortos e infetou mais de 10,71 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
C/Lusa