“A única forma que está nas minhas competências legais e na minha autoridade legal é, de facto, quebrar o acordo com a Área Metropolitana de Lisboa no sentido de essas carreiras intermunicipais deixarem de poder entrar pelo território de Cascais e nas fronteiras dos concelhos vizinhos”, afirmou o autarca.
O jornal i escreve hoje na primeira página que “Carreiras ameaça parar transportes públicos de Sintra e Oeiras”.
Lá dentro, num artigo de opinião, Carlos Carreiras afirma que, caso não fossem repostos os transportes a 100% na área da AML, à entrada de Cascais os passageiros passariam a fazer “testes de temperatura”, após o que seria feito “transbordo para rotas municipais”, ficando as carreiras intermunicipais impedidas de circular no concelho.
Ao início desta tarde, em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com o Conselho de Ação Social do município, Carlos Carreiras reiterou a intenção de criar “uma cerca sanitária” aos transportes intermunicipais, provenientes dos concelhos de Sintra e de Oeiras, que venham sobrelotados.
“Aqui temos a perceção de que não é preciso muito para nós podermos conter, especialmente nas horas de ponta de manhã. Nós podemos permitir aos cidadãos que possam viajar, por necessidade, que possam estar a cumprir com a salvaguarda da sua própria saúde e dos outros”, sublinhou.
O autarca estima que o investimento para repor a totalidade da oferta seja de cerca de 150 milhões de euros, um valor que considerou “ridículo”.
“Se fizermos a divisão do que são 150 milhões de euros pelo número de habitantes na Área Metropolitana de Lisboa, estamos a falar num número ridículo para que não se salvaguarde a saúde dos cidadãos. Portanto, é obrigatório que quer a Autoridade Metropolitana de Transportes quer a própria Área Metropolitana, juntamente com o Governo, tenham de resolver esse problema”, atestou.
Entretanto, num comunicado divulgado ao fim da manhã, a Área Metropolitana de Lisboa fez saber que a Scotturb, que serve o concelho de Sintra e as carreiras intermunicipais para Cascais e Oeiras, oferece, desde hoje, 100% de reforço de oferta de rede, com especial atenção para os serviços que registavam maior procura, sendo assim a oferta idêntica à existente antes da pandemia.
Numa reação às palavras de Carlos Carreiras, o presidente da câmara de Sintra, Basílio Horta, disse à agência Lusa serem inviáveis quaisquer soluções individuais, ainda que fossem juridicamente possíveis, para resolver a questão transportes sem a coordenação da Área Metropolitana de Lisboa.
Já o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, escusou-se a comentar a posição de Cascais.