Segundo o balanço da agência noticiosa France-Presse (AFP), são as seguintes as grandes etapas dos seis meses de crise.
A 31 de dezembro de 2019, as autoridades chinesas avisam a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre casos de pneumonia de origem desconhecida em Wuhan, capital da província de Hubei (centro da China), onde residem cerca de 11 milhões de habitantes.
A 07 de janeiro deste ano, as primeiras análises chinesas permitem identificar um novo Coronavírus. A 11 do mesmo mês, Pequim anuncia a primeira morte. As primeiras contaminações são anunciadas e prolongam-se por janeiro fora.
56 milhões de pessoas confinadas
A 23 de janeiro, a França confirma três casos, os primeiros na Europa. Dois dias depois, após a cidade de Wuhan, praticamente toda a província de Hubei está isolada do mundo, com mais de 56 milhões de pessoas confinadas.
Urgência internacional
A 28 de janeiro, são conhecidos e confirmados mais dois novos casos de transmissão do novo Coronavírus fora da China. Um na Alemanha e outro no Japão.
Vários países começam a repatriar os seus cidadãos da China. A OMS classifica a epidemia como “uma urgência de saúde pública internacional".
Morte de um denunciante
A 07 de fevereiro, um médico de Wuhan, de 34 anos, Li Wenliang, sancionado por ter dado o alerta para o surgimento do vírus, morre com a nova doença. Fora de Hubei, várias metrópoles chinesas impõem aos habitantes a permanência em casa.
Primeira morte fora da Ásia
A 15 de fevereiro, um turista chinês de 80 anos, hospitalizado em França desde fins de janeiro, acaba por morrer, tornando-se a primeira vítima mortal da pandemia fora da Ásia.
As anulações de reuniões internacionais e de competições desportivas multiplicam-se, enquanto começam a ser suspensas as ligações aéreas com destino à China. A aceleração das contaminações é significativa em Itália, Coreia do Sul e Irão.
Itália confinada
A 06 de março, a epidemia ultrapassa os 100.000 casos confirmados no mundo. Dois dias depois, a 08, Roma impõe o confinamento no norte de Itália, que seria estendido pouco depois a todo o país.
‘Crash’ bolsista
A 11 de março, a OMS qualifica a Covid-19 como “pandemia”. Os mercados bolsistas mundiais registam quedas históricas. Governos e bancos centrais anunciam fortes medidas de apoio à economia.
Confinamentos
A 13 de março, o Presidente norte-americano, Donald Trump, declara o estado de emergência. A França entra em confinamento a partir de dia 17. A Alemanha apela à população para se manter em casa e o Reino Unido a que se evite todo o contacto pessoal.
Encerramento das fronteiras
Numerosos países encerram as suas fronteiras. A União Europeia (UE) decide encerrar as suas fronteiras externas a 17 de março.
Itália duramente atingida
A 19 de março, Itália torna-se o país com o maior número de mortes, enquanto se multiplicam os anúncios de confinamentos nacionais e locais.
Ameaça à humanidade
A 24 de março, é anunciado o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, previstos para o verão. A ONU adverte que a expansão da pandemia “ameaça toda a humanidade”. O Senado norte-americano aprova um plano de dois biliões de dólares de apoio à economia.
Metade da humanidade confinada
A 02 de abril é ultrapassada a barreira simbólica do milhão de casos confirmados oficialmente e o mundo está dividido. Metade da humanidade – mais de 3.900 milhões de pessoas – está confinada.
A Europa torna-se o continente mais afetado, mas a epidemia explode nos Estados Unidos. A 08 de abril, o confinamento na cidade de Wuhan é levantado.
O total de 100.000 mortos é ultrapassado a 10 de abril. O papa Francisco apela à “esperança” numa Basílica de São Pedro vazia no "Domingo de Páscoa".
A 17 de abril, Donald Trump defende ser a altura para “fazer regressar a América”, mesmo que a epidemia não esteja a diminuir a intensidade de contágios.
A 26 de abril, é ultrapassada a barreira simbólica dos 200.000 mortos. Nos países europeus que registaram mais óbitos regista-se uma leve diminuição de casos após o início gradual das restrições e dos confinamentos.
Economia de joelhos
A 29 de abril, a construtora de aviões norte-americana Boeing suprime 16.000 empregos. Os transportes aéreos, os construtores automóveis e muitos outros grandes grupos sucedem-se na supressão de empregos.
A 08 de maio, as estatísticas norte-americanas confirmam os piores prognósticos: a pandemia destruiu 20 milhões de empregos nos Estados Unidos e elevou a taxa de desemprego a níveis comparados com os anos 1930.
A 11 de maio, a França e a Espanha começam a sair do confinamento, seguidas pela Itália e pela Grécia.
10 milhões de casos
A 07 de junho, a pandemia ultrapassa os 400.000 mortos e progride de forma inquietante na América Latina.
Segundo país mais afetado, após os Estados Unidos, o Brasil conta 50.000 mortes a 22 de junho, enquanto o ressurgimento do novo Coronavírus na China obriga Pequim a voltar a confinar vários dos seus bairros.
A 30 de junho, a Airbus anuncia a supressão de cerca de 15.000 postos de trabalho.
Em fins de junho, é ultrapassada a barreira simbólica dos 10 milhões de casos confirmados da Covid-19 em todo o mundo.
C/Lusa