“Há aqui uma incompetência por parte do Governo Regional em não concretizar este projeto, em não o colocar no terreno, com o prejuízo para os madeirenses”, declarou o parlamentar socialista madeirense numa iniciativa partidária nas imediações do local onde está prevista a construção desta nova unidade hospitalar, na zona de Santa Rita, na parte oeste do Funchal.
Paulo Cafôfo comentava assim o anúncio do executivo madeirense de que não foi apresentada qualquer proposta, por parte dos grupos de empresas convidados, para a construção desta empreitada que tem um valor base de 205 milhões de euros.
O deputado salientou que este projeto “tem sofrido, infelizmente, muitos atrasos ao longo dos últimos anos”, considerando que esta é uma situação incompreensível, visto que o concurso foi anunciado em dezembro de 2018.
Cafôfo considerou ser “estranho, que depois de tantos projetos, estudos e avaliações não se chegue a um fim, ou seja, ao tão desejado início da obra”.
No seu entender, “este hospital, além de uma necessidade no âmbito da saúde”, também contribuiria para a retoma económica na região, sendo uma “obra estruturante e fundamental para criar mais emprego, durante a construção, mas também na fase já de funcionamento do próprio hospital”.
Paulo Cafôfo também indicou que o PS vai manter-se atento a “uma possível cartelização, ou seja, a existência ou não de uma concertação das empresas para aumentar o valor base do hospital, fixado nos 205 milhões de euros”.
O deputado mencionou que “já houve notícias que algumas empresas dizem que o valor do hospital deveria ter um valor base de 250 milhões de euros”.
“Ora, quando as empresas já põem o preço da construção do hospital, algo vai mal e, portanto, o Governo Regional tem de, nesta matéria, naquilo que é sua responsabilidade, verificar se há ou não uma concertação estratégica que poderá dar azo a queixas de uma cartelização”, reforçou.
Para Paulo Cafôfo, “o importante agora é que houvesse um desenvolvimento neste projeto”, adiantando que “claramente que não estará este ano, nem estará no próximo ano”.
No dia 23 de junho, o governo madeirense confirmou que o concurso para a construção do novo hospital da região ficou sem propostas devido às dificuldades provocadas pela pandemia da covid-19, anunciando que vai lançar um novo procedimento ainda este ano.
Segundo o Governo Regional, cinco dos oito agrupamentos candidatos “justificaram a não apresentação de propostas por terem orçamentado a execução do Hospital Central da Madeira (HCM) num valor superior ao preço base da obra, ou seja, 205 900 000,00 euros”.
O executivo madeirense considerou que a “atual situação de instabilidade internacional acabou por dificultar a participação destes agrupamentos” e que, por esta ser “uma obra de elevada complexidade técnica, que obriga à aquisição de materiais e equipamentos a um vasto leque de fornecedores, tanto no mercado nacional como no mercado internacional”, não tinham possibilidade de “otimizar as suas propostas, enquadrando-as no preço base pré-definido”.
Este projeto, orçado em 350 milhões de euros, conta com a comparticipação do Governo da República na ordem dos 50%.