“É inaceitável que a retoma da operação aérea entre a Madeira e o Porto Santo esteja em causa, assim como é incompreensível que, nesta altura, os porto-santenses sejam confrontados com esta indefinição, que o Governo da República, responsável pela concessão desta linha, tem de saber esclarecer e resolver”, diz o deputado social-democrata Paulo Neves, numa nota distribuída hoje.
No documento, em nome dos deputados eleitos do PSD/Madeira, o parlamentar defende ser “urgente encontrar uma resposta para esta ligação”.
Também anunciam que estão a ponderar chamar ao parlamento nacional o ministro das Infraestruturas, Pedro nuno Santos, visando obter uma garantia que “logo que existam condições para a reposição dos voos entre as duas ilhas haverá avião para o fazer”.
Para Paulo Neves argumenta tratar-se de uma ligação aérea entre as ilhas da Madeira e Porto Santo para a qual não “existe outra alternativa”.
“Julgamos que, independentemente do operador, esta linha não pode deixar de ser operada e é isso que se espera que o Governo da República possa garantir”, sustenta.
O deputado do PSD/Madeira refere que o ministro deve “explicar na Assembleia da República qual é a sua estratégia de mobilidade para o país e que medidas irá tomar para que o Porto Santo não seja ainda mais penalizado na sua condição de insularidade e ultraperiferia”.
“Basta que haja capacidade e vontade política”, afirma, sublinhando que numa altura de recuperação económica, em que a aposta no turismo interno é a resposta “mais viável para ultrapassar a crise”, não faz sentido “que se criem estes constrangimentos e que se limite a procura pelo Porto Santo, por parte dos madeirenses, restringindo a mobilidade à ligação marítima”.
Com o surgimento da pandemia da Covid-19, a transportadora aérea espanhola Binter, que assegura as ligações entre as ilhas da Madeira e Porto Santo, suspendeu esta linha.
Quinta-feira, em comunicado, a empresa anunciou que se “mantém em contacto com o Governo Regional da Madeira e o Governo de Portugal a fim de determinar as condições que permitam retomar a operação dos voos”.
“A transportadora reabrirá a rota assim que as autoridades tiverem especificado os requisitos de declaração de interesse público para a rota, bem como os requisitos sanitários aplicáveis às tripulações e mecânicos”, adiantou.
A Binter refere que, embora tenha cancelado a “programação das suas rotas internacionais até ao início da época de inverno, a finais do mês de outubro, no caso da ligação entre o Funchal e o Porto Santo espera poder retomar a operação o mais rapidamente possível”.
Também assegura que pretende voltar a fazer ligação destas duas ilhas “em breve” e lamenta os transtornos causados, transmitindo “o seu firme compromisso para com a região e para com a continuidade da rota”.
Por seu turno, o presidente da Câmara do Porto Santo, Idalino Vasconcelos, em comunicado, declara compreender a situação, mas afirma que aquela ilha não pode ficar sem ligações aéreas.
“Entendemos que não temos outra alternativa aérea à mobilidade e que o Governo da República será sensível às nossas preocupações e resolverá esta questão de extrema importância, promovendo pelo cumprimento do contrato, e apresentará medidas compensatórias para os porto-santenses e para a frágil economia local. É isso que se espera da República”, conclui.