Este alerta da Polícia de Segurança Pública é deixado no Dia Mundial da Internet, que se assinala hoje.
“A PSP tem vindo a assinalar o forte incremento da criminalidade praticada com recurso às novas tecnologias, principalmente verificado durante a janela temporal de confinamento obrigatório vivenciado pela sociedade portuguesa entre de 22 de março e 02 de maio de 2020”, refere aquela polícia em comunicado.
Segundo a PSP, durante estes períodos do estado de emergência, a criminalidade geral registou uma diminuição de 47% em comparação a período homólogo de 2019, com menos 9.084 crimes registados, mas verificou-se que os crimes com maior aumento são os praticados por intermédio das novas tecnologias.
Na nota, a PSP não avança com dados sobre o aumento, mas números divulgados recentemente por esta polícia, relativos ao período do estado de emergência, davam conta que a burla informática e nas comunicações tinham registado um crescimento de 33%, correspondendo a um acréscimo de 210 casos, em relação ao mesmo período de 2019.
A polícia sublinha que este tipo de criminalidade é muitas vezes dirigida ou atinge os menores de idade que, principalmente devido à atual situação, se encontram em contacto cada vez mais permanente e duradouro com dispositivos eletrónicos.
No Dia Mundial da Internet, a PSP relembra os pais que a supervisão presencial e o uso de ferramentas de controlo parental são essenciais para reduzir o risco de vitimização das crianças e jovens na navegação ‘online’, salientando que a generalidade dos dispositivos eletrónicos (televisores, consolas, computadores, ‘tablets’, etc) já dispõem ou permitem a instalação de aplicações de controlo parental.
De acordo com a PSP, estas ferramentas permitem tanto limitar o acesso a aplicações e a conteúdos pré-definidos, controlar ou monitorizar o tempo de utilização ou rastrear e agrupar os dados de utilização e atividades executadas.
A PSP acrescenta que “este tipo de controlo, principalmente no contexto de possibilidade permanente de acesso de crianças e adolescentes à Internet, poderá fazer a diferença e reduzir a possibilidade de vitimização”.
A polícia pede ainda aos pais para incentivarem os menores a partilhar qualquer atividade anormal ou incomodativa, desde a disponibilização de produtos ilegais, concretização de burlas ou cyberbullying, e para reportarem à Polícia de Segurança Pública que procederá à investigação.