Contudo, ao longo do continente americano, enquanto alguns governos endurecem as restrições, outros iniciam reaberturas parciais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou outro recorde: os casos no mundo ultrapassaram os quatro milhões, um aumento de um milhão nos últimos 11 dias.
Os EUA surgem no topo dos países mais afetados. Na segunda-feira registou mais de 80 mil mortos e mais de 1,3 milhões de infetados desde o início da pandemia.
O Brasil, o segundo país mais afetado na América, já soma 11.519 mortes e 168.331 pessoas infetadas.
As cidades de Niterói e São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro, juntaram-se a outras 18 cidades brasileiras nesta segunda-feira a adotarem o bloqueio total para impedir a propagação da doença.
Depois de São Paulo, o Rio de Janeiro é o segundo estado do Brasil mais afetado pelo novo Coronavírus, com mais de 17 mil casos e 1.714 mortos.
Nos EUA, muitas são as áreas do país que instam as pessoas a retomarem as suas atividades comerciais. É o caso de três regiões do norte do estado de Nova Iorque, que a partir de sexta-feira iniciam a primeira fase da reabertura.
Isto apesar dos números verificados só na cidade de Nova Iorque, aquela onde se perderam mais vidas no país, mais de 26 mil desde o início da pandemia.
Na Florida, com 40.982 casos e 1.173 mortes, após uma semana de reabertura em fases, alguns locais tiveram que fechar novamente por não se cumprir o distanciamento social.
A Colômbia iniciou a reabertura gradual de vários setores económicos, como a ativação gradual de atividades industriais e vendas de automóveis, além de lojas de móveis, artigos de papelaria, lavandarias e livrarias que cumprem os protocolos sanitários estabelecidos no país, onde já existem 11.613 infeções e 479 mortes.
O Haiti, o país mais pobre da América, determinou o uso obrigatório de máscaras esta segunda-feira, mas muitos não têm ou não sabem como usá-las. Contudo, o mais preocupante é que, nos mercados populares, onde são vendidas, é possível as pessoas experimentarem as máscaras, uma situação que pode aumentar ainda mais o risco de contágio num país cujos registos oficiais apontam somente para 182 infetados.
No México, há a registar 111 mortes entre o pessoal médico. Na linha da frente da saúde, o vírus já infetou entre 8.500 e 15 mil funcionários. Isto num país que regista 36.327 casos, dos quais resultaram 3.573 mortes.
El Salvador, onde o número de mortos subiu para 18 e os casos para 958, está em quarentena "absoluta" e "rígida", com a proibição do movimento de transporte público e a limitação da compra de alimentos através do número de identificação até o final deste mês, mas o Governo já avisou que o prazo pode ser prorrogado.
Já a Costa Rica anunciou um plano para diminuir as restrições às atividades económicas, que incluem quatro etapas até o mês de agosto, com a possibilidade de reverter se houver um grande aumento de infeções. A Costa Rica registou 801 casos, dos quais sete morreram.
O Conselho Superior da Empresa Privada (Cosep), principal empregador da Nicarágua, exigiu que o Governo "respondesse" à pandemia "sem cálculos políticos", defendendo que "a vida dos nicaraguenses vem em primeiro lugar".
O Governo de Daniel Ortega, que recebeu críticas de setores nacionais e internacionais, não estabeleceu restrições diante da pandemia e reconheceu apenas 16 casos de contágio, todos importados, e cinco mortes, enquanto o Observatório Cidadão Covid-19 registou 781 casos e 88 mortes.
No Uruguai, como em várias partes do mundo, o drama de centenas de cidadãos retidos continua. Nesta segunda-feira, 20 membros de um grupo de cerca de 200 espanhóis e uruguaios residentes em Espanha reuniram-se em frente ao consulado do país em Montevideu para exigir um voo humanitário que os permitisse regressar a casa.