"Para haver despedimentos, não é preciso dar subsídios às empresas", afirmou Adolfo Freitas, coordenador da USAM, no decurso de uma manifestação, no Funchal, que contou com a participação de cerca de 50 sindicalistas e onde foram respeitadas as regras do distanciamento social.
O coordenador da USAM, estrutura afeta à CGTP-IN que representa 80% dos sindicatos no arquipélago, sublinhou que o contexto em que se comemora este ano o Dia do Trabalhador é "extremamente grave" e advertiu para as leis que estão a prejudicar os trabalhadores, como o ‘lay-off’ simplificado.
"Se o Governo está a dar subsídios [às empresas], tem de haver compensações em troca", declarou, reforçando: "Uma das questões que tem de ser reivindicada pelos trabalhadores e suas organizações é que não pode haver benefícios para as empresas para estas continuarem a rescindir contratos e estarem já a prever despedimentos de trabalhadores".
Em meados de abril, o Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, indicou 2.528 empresas do arquipélago tinham recorrido ao ‘lay-off’, com 3.618 trabalhadores independentes ou a recibo verde inscritos para apoios e 32.736 trabalhadores em ‘lay-off’.
A União dos Sindicatos da Madeira calcula, no entanto, que o total de trabalhadores em ‘lay-off’ seja já de 130 mil.
Durante a manifestação evocativa do 1.º de Maio, que decorreu junto à estátua de João Gonçalves Zarco, descobridor da Madeira, no centro do Funchal, com a cidade praticamente vazia, os sindicalistas entoaram palavras de ordem como "Abril continua, maio está na rua", "a saúde é um direito, sem ela nada feito" ou "segurança social, é um direito universal".