Após mais de cinco semanas de estado de emergência, em vigor desde 19 março, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou segunda-feira que os setores da economia que vão retomar a atividade no dia 04 de maio e nas quinzenas seguintes só serão definidos no Conselho de Ministros de quinta-feira.
E também disse que as decisões serão cautelosas, admitindo que "se as coisas começarem a correr mal" com a pandemia serão dados "passos atrás" nas medidas de desconfinamento.
A intenção do Governo, disse, é "fixar o calendário para o que pode abrir a 04 e a 18 de maio e a 01 de junho" e, no final de maio, "voltar a fazer uma avaliação em relação ao conjunto de outras atividades".
Antes do Conselho de Ministros, haverá hoje esta reunião no Infarmed, autoridade nacional do medicamento e produtos de saúde, onde os especialistas da Direção-Geral da Saúde falarão da evolução da codiv-19 no país.
E na quarta-feira, o chefe do Governo tem prevista uma série de audiências com os partidos políticos com representação parlamentar.
Um dos calendários em aberto é o das aulas presenciais dos 11.º e 12.º anos de escolaridade, que, segundo o diário Público noticiou, poderá acontecer em 18 de maio, mas o Governo não confirmou durante o dia de segunda-feira.
Na sexta-feira, o Governo admitiu estar a equacionar declarar a situação de calamidade por causa da pandemia de covid-19 a partir de 03 de maio, quando cessar a vigência do terceiro período de estado de emergência em Portugal.
Esta informação sobre o período seguinte ao previsível fim do estado de emergência foi transmitida à agência Lusa por fonte do executivo, depois de o jornal ‘on-line’ Observador ter avançado com esta notícia.
Hoje, ao falar sobre essa hipótese, António Costa insistiu que "o fim do estado de emergência não significa o regresso à normalidade", nem "o fim da emergência que constitui a covid-19".
“Acho que o consenso que existe é que podemos, neste momento, descer um nível, sendo que normalidade plena da nossa vida só voltará a existir quando houver vacina, e isso não acontecerá em menos de um ano ou ano e meio", frisou.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, morreram 928 pessoas das 24.027 confirmadas como infetadas, e há 1.357 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
C/Lusa