Segundo os dados preliminares da gestora aeroportuária, “os números evidenciam o impacto da pandemia de Covid-19 e das diversas medidas assumidas por vários Estados para conter o ritmo de contágio, medidas que determinaram quedas abruptas no setor da aviação civil a nível global”.
A NAV espera quedas “mais pronunciadas” em abril, depois do tráfego em janeiro e fevereiro ter estado em linha com 2019.
Tendo em conta apenas a última semana do mês, a quebra do tráfego superou os 85%, sendo expectáveis em abril quebras a rondar os 85% e 95%.
“A queda acentuada do tráfego aéreo é bastante preocupante, por tudo o que tal representa em termos de impactos na economia", diz presidente da NAV, citado no comunicado.
O total de voos geridos pela NAV, ou “movimentos”, inclui não apenas os voos com origem/destino em aeroportos portugueses, mas também aqueles que sobrevoam o espaço aéreo sob responsabilidade portuguesa, que totaliza mais de 5,8 milhões quilómetros quadrados (Km2).
“Apesar da quebra do tráfego no mês de março, como um todo, se ter situado em 36%, sublinhe-se que foi a partir do dia 16 que se iniciou um ciclo de quebras cada vez mais acentuadas à medida que diversas ligações começaram a ser suspensas. Desta forma, e dividindo o mês de março em dois, nota-se que na primeira metade a NAV Portugal geriu perto de 31,8 mil voos, uma redução de apenas 2% face ao mesmo período de 2019. Já na segunda metade do mês, a NAV controlou perto de 12 mil voos”, refere.
A Região de Informação de Voo (RIV) de Lisboa, com 671.000 km2, abarca Portugal Continental e o Arquipélago da Madeira e a Região de Informação de Voo de Santa Maria, com 5,18 milhões de km2, inclui uma vasta área do Oceano Atlântico Norte e o Arquipélago dos Açores.
A NAV Portugal recorda que em 10 de março foram suspensos os voos para Itália.
Seguiu-se a suspensão de voos europeus para os Estados Unidos, no dia 13, e no dia 17 as ligações entre Portugal e Espanha. Por fim, em 19 de março, a União Europeia suspendeu os voos extracomunitários.
Perante a “bateria de suspensões”, continua, várias companhias aéreas decidiram cancelar grande parte ou a totalidade das suas operações, com destaque para a TAP, Ryanair e easyJet, no caso português.
As suspensões de ligações aéreas irão provavelmente manter-se, isto além do encerramento temporário dos aeroportos em Portugal, e várias companhias já anunciaram que manterão a maioria dos aviões em terra até maio.
“Em relação ao resto do primeiro trimestre de 2020, é de salientar que o tráfego aéreo gerido pela NAV Portugal mostrava sinais de estabilização em janeiro e fevereiro, com os perto de 119 mil movimentos geridos nesses dois meses a situarem-se praticamente ao mesmo nível do período homólogo de 2019”, refere.
O novo Coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
C/Lusa