O grupo Pestana vai investir 170 milhões de euros em cinco anos em 20 novos projetos, metade dos quais em Portugal e os restantes nas principais cidades europeias, nos EUA e na América do Sul.
Em declarações à agência Lusa, o administrador responsável pela área de desenvolvimento do Pestana Hotel Group, José Roquette, adiantou estar previsto um investimento de 100 milhões de euros em novos hotéis no estrangeiro, com a primeira inauguração a acontecer já em julho no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, e o projeto de Amesterdão (em fase de obra) a ter conclusão prevista para o final de 2017.
Para depois do verão está previsto o arranque das obras de um novo hotel em Madrid e para 2018 a inauguração de duas novas unidades nos EUA (em Newark e em Manhattan), estando ainda em processo de licenciamento os projetos de Marraquexe e a unidade de Madrid da nova marca Pestana CR7 (numa parceria com Cristiano Ronaldo).
Em Portugal, o investimento será de 70 milhões de euros na abertura de 10 novos hotéis "por todo o país" – do Porto a Lisboa e ao Algarve, assim como na Madeira e Açores – estando a inauguração das novas unidades prevista para este ano em "dois ou três" casos e para "os próximos três a quatro anos" nos restantes.
À Lusa, José Roquette destacou o "trabalho de internacionalização e de diversificação" que tem vindo a ser feito nas últimas duas décadas pelo grupo Pestana, que "em 1996 estava presente apenas em Portugal e, atualmente, está em 15 países", tendo como meta a "marca simbólica" dos 100 hotéis até 2020.
"Apesar do ciclo económico negativo nos últimos cinco anos conseguimos realizar 11 projetos novos", recordou, apontando a "ambição, foco e sustentabilidade" como os três grandes "fatores de sucesso" da estratégia do grupo.
Para o futuro, o administrador destaca a aposta na "afirmação nas capitais europeias", no crescimento nos EUA e na "consolidação" em Portugal e na América do Sul.
"As capitais europeias vão ser uma das grandes prioridades, se não a principal", afirmou, apontando ainda os EUA como "talvez a área que, neste momento, está a merecer mais atenção da parte do grupo", dadas as "muitas portas que se têm aberto para o crescimento no mercado norte-americano" e a vontade de ali "ganhar uma presença mais significativa".
A modernização "na forma como olha para o negócio" é outro dos aspetos referidos por José Roquette, que destaca as mudanças efetuadas no grupo Pestana "quer ao nível das marcas, de que é exemplo a parceria com CR7, mas também ao nível do modelo de negócio": "O grupo Pestana durante muitos anos era apenas proprietário dos hotéis, mas neste momento há casos em que é parceiro de terceiros e em que tem alugueres e contratos de gestão, esclareceu.
A este nível apontou como exemplo "de muito sucesso" a unidade de Casablanca, "em que o investidor é espanhol e o grupo Pestana faz apenas a exploração", adiantando que um modelo semelhante será adotado em Newark.
Globalmente, disse José Roquette, cerca de 60% dos 20 novos projetos em carteira "vai ser em propriedade e 40% em novos modelos de negócio", sendo que "em Portugal o peso da propriedade será ainda mais significativo".
Segundo a lista anual da Hotels Magazine, publicação líder no setor da hotelaria a nível global, o grupo Pestana ocupava em 2014 a 125.ª posição no ‘ranking’ dos maiores grupos hoteleiros do mundo e a 31.ª no contexto europeu.
Atualmente está presente em 15 países de três continentes com um total de 87 unidades, cerca de 11.000 quartos e mais de 7.000 colaboradores, com um volume de negócios na ordem dos 400 milhões de euros, 68,1% da atividade concentrada na hotelaria e ativos sob gestão avaliados em 1,1 mil milhões de euros.