"O Quadro 21-27 é um quadro difícil, onde as negociações vão ser duras", afirmou o chefe do executivo madeirense na cerimónia relativa a pagamentos do Instituto de Desenvolvimento Regional (IDE).
As 92 candidaturas apresentadas por empresas madeirenses envolveram um total 2,44 milhões de euros, dos quais 367 mil provenientes do orçamento regional e 2,07 milhões representam comparticipação comunitária.
O governante madeirense considerou que "as propostas até agora apresentadas são inaceitáveis, sobretudo para as regiões ultraperiféricas, sobretudo a taxa de cofinanciamento".
"Estamos convictos que, graças à intervenção da França e da Espanha, que vamos conseguir que as taxas se mantenham dos 85%", declarou.
O responsável insular opinou que "neste momento, o clima na União Europeia (UE) é de incerteza", mas defendeu que este é "o melhor projeto político e não há alternativa à UE".
Para Miguel Albuquerque, "com todos os seus defeitos, com todas as suas inconsistências a União Europeia foi e é ainda um grande projeto de união e cooperação entre os povos europeus", pelo que a Madeira vai continuar a fazer o seu trabalho em Bruxelas", apostando no reforço da sua influência.
Também salientou a importância na "aposta decisiva" para a região autónoma que é "renovação das ligações ao continente através do novo cabo submarino", que vai permitir que "os custos para as empresas de serviços e novas tecnologias tenham melhores condições de operacionalidade".
Acrescentou que, "no que diz respeito às empresas exportadoras", será necessário efetuar um reforço "do quadro financeiro, que depois será anunciado", após negociação no "Conselho Económico para o apoio às exportações".
"É fundamental que as nossas empresas consigam colocar os seus produtos e serviços no continente em igualdade de circunstâncias aquelas que desenvolvem as atividades no território continental", disse.
Para o efeito, realçou ser necessário introduzir um "reforço orçamental" para apoiar "a conquista de novos mercados por parte das empresas regionais"
Miguel Albuquerque destacou o crescimento económico que a Madeira regista há seis anos e meio, "com índices superiores à média nacional", assente em duas premissas: o trabalho desenvolvido pelas empresas regionais e o "ativo confiança que está instalado".
"Vamos continuar com os apoios às empresas quer até à execução do atual quadro comunitário, quer do próximo que começou a ser negociado", vincou.
De acordo com os dados do Governo Regional, foram investidos no âmbito do atual quadro comunitário 26 milhões de euros em 2017, no ano seguinte (2018) 28,62 milhões de euros, em 2019 chegaram aos 29,21 milhões de euros, enquanto nos primeiros dois meses de 2020 já foram investidos 3,1 milhões de euros.
C/LUSA