A concessão do serviço público, por 20 anos, entrou em vigor na quinta-feira, 15 de agosto, feriado nacional, pelo que apenas na sexta-feira foram realizadas as primeiras ligações, no âmbito do novo modelo de transporte marítimo.
A informação resulta de dados compilados pela Lusa com base na programação das primeiras duas semanas de operação, divulgada pela nova empresa CV Interilhas e que inclui, inicialmente, o recurso a quatro navios.
A nova sociedade que gere a concessão do serviço público, conforme concurso lançado no final de 2018 pelo Governo cabo-verdiano, é liderada pela portuguesa Transinsular, que detém uma quota de 51%. Os restantes 49% são detidos por armadores cabo-verdianos, que também fornecem navios para garantir as ligações.
Em fevereiro, após a cerimónia de assinatura do contrato de concessão, na cidade da Praia, o presidente do conselho de administração da portuguesa Transinsular afirmou que o transporte marítimo em Cabo Verde vai contar com cinco navios, menos 15 que o modelo anterior (embora os armadores possam manter ligações fora da concessão), prevendo a concessionária um investimento inicial de meio milhão de euros.
A oposição cabo-verdiana tem vindo a criticar esta solução, acusando que retira o serviço aos armadores nacionais, enquanto o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considera que este modelo “vai mudar Cabo Verde”.
A nova concessão permitirá, na opinião do chefe do Governo, “disponibilizar ao país ligações marítimas interilhas em condições de regularidade, previsibilidade, qualidade e segurança”.
O novo modelo irá “permitir às pessoas, aos empresários, aos produtores programarem as suas viagens, as suas produções, porque sabem que quando tiverem de viajar e escoar os seus produtos sabem em que dia o podem fazer”, disse Ulisses Correia e Silva.
C/ LUSA