Iván Duque, presidente da Colômbia, assinou hoje uma resolução que concede a nacionalidade colombiana a 24.000 crianças, filhas de pais venezuelanos que passaram a fronteira à procura de alimentos, assistência médica ou refúgio.
"A Colômbia acolhe hoje quase 1,4 milhões de irmãos venezuelanos, muitos deles casados com colombianos ou filhos de colombianos que têm atravessado (a fronteira) à procura de alimentos, assistência em saúde e um refúgio digno", disse Iván Duque.
A assinatura da resolução ocorreu durante um ato no Palácio Presidencial, em Bogotá, Colômbia, na qual esteve também presente o ministro de Relações Exteriores e o inspetor-geral colombiano, Carlos Holmes Trujillo e Fernando Carrillo, respetivamente.
São beneficiárias da medida as crianças nascidas desde 19 de agosto de 2015.
"Essas crianças merecem a atenção e o carinho de todo o povo, porque não são culpados da tragédia que vivem na Venezuela", afirmou Iván Duque.
Segundo o chefe de Estado, apesar de a Colômbia ter limitações financeiras, "sabe fazer da fraternidade um sentimento de solidariedade" e tem demonstrando "ao mundo que o caminho da xenofobia é errado".
A oposição venezuelana já reagiu, agradecendo a decisão e solidariedade da Colômbia.
"A corrupção do regime gerou um êxodo sem precedentes, e venezuelanos órfãos de afetos e identidade. Povo irmão da Colômbia e Presidente Iván Duque, obrigado pela solidariedade", escreveu o líder opositor Juan Guaidó na sua conta na rede social Twitter.
A crise política, económica e social agravou-se na Venezuela desde janeiro último, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou assumir as funções de presidente interino do país.
Segundo diversas fontes, mais de quatro milhões de venezuelanos saíram do país, desde 2015, devido à crise.
C/Lusa