"Visto que não podemos deslocar estes dirigentes todos à Assembleia da República para fazer o nosso protesto, vamos fazê-lo aqui na Madeira, no sentido de alertar as pessoas que estamos em luta e dizer aos nossos governantes que os trabalhadores aqui também não concordam com este Código do Trabalho", disse António Gouveia, dirigente da CGTP-IN na região autónoma da Madeira.
Os sindicatos afetos à CGTP-IN e à USAM – União dos Sindicatos da Madeira, que organizou a arruda no Funchal, consideram que as alterações previstas vão "precarizar todos os trabalhadores".
António Gouveia destacou a implementação do banco de horas e o alargamento do período experimental de trabalho de 90 para 180 dias, podendo ser renovado três vezes e acrescido ainda de mais 90 dias.
"Muito francamente, isto é uma vida inteira a trabalhar sempre em período experimental, que não dá direito a indemnização ou qualquer outro tipo de regalias", lamentou.
Milhares de trabalhadores participam hoje na manifestação contra a revisão da legislação laboral, tendo partido da Praça da Figueira, em Lisboa, rumo à Assembleia da República, onde decorre o debate sobre o Estado da Nação.
O objetivo do protesto é mostrar ao Governo e aos deputados que os trabalhadores "não aceitam as alterações, para pior, das normas gravosas da legislação laboral, e ao mesmo tempo exigir a valorização do trabalho e dos trabalhadores", disse à agência Lusa João Torres, da Comissão Executiva da CGTP.
As alterações propostas pelo Governo e pelos vários partidos políticos têm vindo a ser votadas desde 11 de junho no grupo de trabalho criado no âmbito da comissão parlamentar da especialidade e a sua votação final global deverá ocorrer no dia 19.
No Funchal, os manifestantes percorreram algumas artérias do centro da cidade, proferindo palavras de ordem e empunhando bandeiras, e terminaram junto à Assembleia Legislativa da Madeira, onde foi lida uma resolução intitulada "Revogar as normas antilaborais, aumentar os salários, valorizar os trabalhadores".
C/Lusa